Localizado na zona oeste da cidade de São Paulo, o bairro de Pinheiros é um poço da história da nossa querida cidade. Considerado por muitos o bairro mais antigo da metrópole, ele nasceu ao longo do rio Pinheiros.

A semente do bairro que conhecemos hoje surgiu em 1562 quando, após fracassarem no grande ataque a São Paulo, os índios deixaram Piratininga e se estabeleceram onde, hoje, está o Largo da Batata.  Vale a curiosidade que os índios só desistiram de retomar as terras depois que os portugueses ergueram o forte de Embuaçava, às margens do Rio Tietê, perto da foz do Rio Pinheiros.

Diante dessa dificuldade os índios migram para um local conhecido como Nossa Senhora dos Pinheiros, embora muitos duvidem que existisse esse tipo de árvore na região. O fato histórico é que em 1584 um decreto da Câmara previa uma multa de 500 réis para quem cortasse qualquer árvore do Bosque dos Pinheiros da rua São José (atual Paes Leme).

Largo de Pinheiros, década de 60.
Largo de Pinheiros, década de 60.

Por volta do ano de 1600, o chamado Caminho de Pinheiros (Atual Consolação) era um dos principais pontos da vila de São Paulo. Essa via era o único acesso à região e a outras freguesias que ficavam além. O progresso que desenvolveu a região, entretanto, só veio com o ciclo do café no Brasil, entre o final do século XIX e o começo do século XX.  Foram os recursos oriundos da exportação desse produto que ajudou demais na evolução do bairro. Vale dizer que, nesse período, aconteceu a chegada de vários imigrantes, como italianos e, mais tarde, japoneses.

É interessante notar que sempre houve uma ponte para travessia do rio Pinheiros. Em 1865 essa ponte, frequentemente destruída por enchentes, teve solução definitiva com a construção de outra metálica. No começo do século XX, por exemplo, aconteceu a fundação do Mercado Caipira, da Sociedade Hípica Paulista e da Cooperativa Agrícola de Cotia. O surgimento destas instituições e a ampliação infra-estrutural (transportes, água, luz) intensificaram o desenvolvimento da região. Pinheiros, atualmente, é um dos lugares mais sofisticados da cidade de São Paulo, possuindo uma rede comercial grande e bastante diversa, além de uma vida cultural única.

 

Terminal de ônibus no largo da Batata, em Pinheiros, no ano de 1991.
Terminal de ônibus no largo da Batata, em Pinheiros, no ano de 1991.

Referências: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/bibliotecas_bairro/bibliotecas_a_l/alceu/index.php?p=82

Mil Faces de São Paulo – Leviano Poncino – Editora: Fênix

12 Comments

    1. Pinheiros tinha muitos abolicionistas na fase anterior aos imigrantes. A comunidade africana local era considerada cidadã e, talvez por essa razão, não escrava. Não é pretexto para omissão dos afro descendentes, porém explica tal omissão, pois, como vila, era pouco povoada nesse período! Contudo vale solicitar que se faça alusão a esses heróis desbravadores!

    1. Olá! Eu fui criado, na década de sessenta, na Rua Eugênio de Medeiros número 100. Hoje não existe mais essa rua que deu lugar a um viaduto, porém as ótimas lembranças não se apagam. Pinheiros sempre será parte gloriosa da história de São Paulo.

  1. Ola fui morador de Pinheiros por mais de 30 anos, tenho saudades do bar cu do padre e da papelaria Misaspel, e a CAC cooperativa agricola de Cotia, chegava da faculdade e gostava de andar pelo bairro.

  2. “após fracassarem no grande ataque a São Paulo, os índios deixaram Piratininga e se estabeleceram onde, hoje, está o Largo da Batata.”
    Me dá uma raiva ler isso, contado desse jeito colonialista!

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