Um dos mais importantes e imponentes pontos turísticos da cidade de São Paulo é a estação Júlio Prestes. Localizada na praça de mesmo nome, no Centro de São Paulo, ela faz parte da linha 8 diamante, administrada pela CPTM.

A estrutura da estação foi projetada pelos arquitetos Cristiano Stockler das Neves e Samuel das Neves no ano de 1925 e chegou a ser premiado no III° Congresso Panamericano de Arquitetos que aconteceu em 1927. Ela seria concluída treze anos depois com muita festa por parte da população paulistana, no dia 15 de outubro de 1938. Curiosamente, é sabido que, em 1930, com a conclusão da área das plataformas, o embarque passou a ser feito na estação ainda longe de ser acabada.

Seu nome é uma singela homenagem ao ex-presidente do Brasil e do Estado de São Paulo, Júlio Prestes de Albuquerque. Antigamente, na esquina das ruas Mauá e General Couto Magalhães, no bairro Campos Elísios, existia a Estação São Paulo, fundada em 1872 e aberta em 1875, que funcionava como a principal via transportadora de produtos da indústria cafeeira, oriunda do Oeste Paulista e do Norte do Paraná.

A Estação São Paulo fazia parte da Estrada de Ferro Sorocabana, que ligava São Paulo a Santos, Piracicaba e a Presidente Epitácio, na divisa com Mato Grosso do Sul. O fim da era de ouro do café, somado à degradação da região central de São Paulo e do transporte ferroviário no Brasil, levaram a Estação Júlio Prestes ao esquecimento e ao abandono.

Estação Júlio Prestes obras da estação anos 30.
Estação Júlio Prestes obras da estação anos 30.

Outra parte do edifício seguiu destinada ao transporte, sendo utilizada pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), o que ocorre ainda nos dias de hoje. Com 25 mil m², a atual construção foi inspirada nos terminais nova-iorquinos Grand Central e Pennsylvania, nos Estados Unidos.

Outra característica é a estrutura de concreto e a alvenaria de tijolos, no estilo Luís XVI, com forros trabalhados, colunas imponentes, detalhes nas esculturas na torre do relógio e nos arcos das amplas janelas da fachada, além do pé-direito alto, que confere a sensação de amplitude e luxo.

Uma de suas curiosidades é que a plataforma da estação foi construída com estrutura metálica oriunda  do hangar do Graf Zeppelim, um gigantesco dirigível alemão que sobrevoou São Paulo em 1936, transportando dezenas de passageiros.

Além disso, a estação abriga a sede da Secretaria de Cultura de São Paulo e, desde 1999, a Sala São Paulo, casa de concertos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Com 1.509 lugares e 1000 m² é considerada a maior da América Latina.

A Sala São Paulo possui forro móvel (motorizado) que permite à acústica do local uma adaptação aos mais diversos tipos de música dos grandes eventos que ela abriga.Do lado de fora, na Praça Júlio Prestes, é possível avistar a estátua em bronze Alfredo Maia, do escultor Amadeu Zani e a escultura abstrata, de cor vermelha, em aço, de Emanoel Araújo, de 2003.

Nas proximidades está a Estação Pinacoteca, um dos principais prédios de exposições artísticas da cidade, local da Biblioteca Walter Wey e do Memorial da Resistência, que possui registros da época do regime militar.

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