A zona leste de São Paulo, dona de uma população de mais de 4.600.000 pessoas é um poço de curiosidades e obras que merecem registro. No resgate histórico de hoje, falaremos sobre a Avenida Aricanduva, que foi entregue à população na administração de Olavo Egydio Setúbal, prefeito entre os anos de 1975 e 1979.
Em um antigo livro de prestação de contas do prefeito, existem dados curiosíssimos sobre o desenvolvimento das obras e especificidades sobre os materiais usados na construção dessa via fundamental para os moradores da ZL.
Dentro da obra, o capítulo “Aricanduva, obra para 2 milhões de pessoas”, já mostra a importância da concretização do projeto. A prefeitura como um todo considerou sua finalização a maior obra da gestão, exceção, claro, ao Metrô de São Paulo. O projeto consistiu em realizar a canalização do Rio Aricanduva e, simultaneamente a isso, construir a avenida por cima, além de aplicar o coletor de esgotos na região.
A canalização do Rio Aricanduva já havia sido iniciada no ano de 1963, mas só foi concluída em 1979, data da inauguração da Avenida, quando essa demanda passou a fazer parte do Programa de Obras Viárias e fez parte de um grande projeto chamado Saneamento para a Grande São Paulo (Sanegran).
Como citado, a obra fora concluída em 1979, com seis quilômetros de rio canalizados e com dez quilômetros de coletor de esgoto, sendo que essa última parte teve uma importante contribuição do Governo do Estado de São Paulo para sua concretização.
O resultado de tudo isso foi a avenida Aricanduva, que auxiliou na ligação da Marginal Tietê à Estrada de Itaquera e, segundo o parecer da prefeitura à época, a via pretendia facilitar o tráfego entre os bairros “densamente povoados”, como era o caso de Itaquera, Penha e São Miguel Paulista.
Quando inaugurada, a via tinha duas pistas expressas; duas pistas locais; um viaduto com 1.800 metros de extensão, que estava apoiado em 56 pilares, com vãos médios de 40 metros e um vão central de 70 metros. Ele foi construído para transpor as avenidas Radial Leste, Celso Garcia, os trilhos da Rede Ferroviária Federal (RFF) e a Linha Leste-Oeste do Metrô, atual Linha 3 – Vermelha.
As obras, de maneira geral, movimentaram 1.2 milhão de m³ de terra, 34 mil m³ de concreto, 4 mil toneladas de aço. Também foram pavimentados 200 mil m2, incluindo vias adjacentes e ajardinados 110 mil m³.
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