O Jaguaré, em tupi, “lugar que existe onça”, surgiu no ano de 1935 como uma das poucas áreas com planejamento urbano, item que falta (e muito) na cidade de hoje. O bairro teve influência direta de Henrique Dumont Villares, sobrinho e afilhado do nosso eterno Santos Dumont.
O ano de “fundação” do bairro é de 1935 e, Villares, dono da Sociedade Imobiliária Jaguaré, Villares, trabalhou para dividir a região em áreas residenciais, comerciais e industriais, como em um jogo de videogame moderno.
Vale dizer que, à época, ele comprou 165 alqueires de terra de Ramos de Azevedo, dono da Companhia Suburbana Paulista que cuidava do local, e desenhou, pouco a pouco, as ruas, praças, etc.
Além dessa divisão, o engenheiro incentivou que, principalmente os imigrantes alemães, ocupassem o local. Vale dizer que a construção da ponte sobre o Rio Pinheiros contribuiu para que isso acontecesse, já que ligava o bairro à Vila Leopoldina, Lapa e Pinheiros.
Uma curiosidade, citada pelo Estadão, é que o próprio Villares doou 700 réis para construir a ponte que ligou o bairro aos vizinhos. Um dos pontos turísticos, por assim dizer, do Jaguaré é seu mirante, com 28 metros de altura e inspirado na arquitetura holandesa.
Conhecido como Farol do Jaguaré, ele foi erguido por Villares em 1942 e sua concepção foi para antever a navegação no rio Pinheiros, que o engenheiro acreditava ser navegável.
Mais do que isso, o engenheiro imaginava que o mirante ficaria no meio de uma área verde enorme, o que não aconteceu. Ironicamente, por falta de planejamento, a partir dos anos 60, o local foi ocupado pelo que se considera a maior favela da cidade em área contínua, a Vila Nova Jaguaré.
Nos anos 90, o edifício que foi construído em frente ao Mirante praticamente tapou a vista do mesmo para quem trafega na Marginal Pinheiros; somente em alguns ângulos ainda é possível vê-lo. Em 2004, o mirante foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico e restaurado pela SAJA (Sociedade Amigos do Jaguaré).
O bairro apresenta ainda uma antiga subestação de energia, que permanece erguida próxima ao Mirante.
Referência: http://identidadesp.com.br/jaguare/