A estação Santa Cruz do Metrô, atualmente compondo o trajeto da Linha 1 – Azul, mas que em breve comporá, também, a Linha 5 – Lilás, está cercada por cinco ruas. Para os moradores da região, são nomes comuns e que fazem parte do dia a dia, mas quase ninguém conhece o significado desses nomes. Confere com a gente a origem dos nomes: Santa Cruz, Domingos de Morais, Loefgren, Afonso Celso e Tenente Gomes Ribeiro.
Rua Santa Cruz: Logradouro denominado em 1916. Como topônimo, aparece em quase todos os Estados do Brasil e mesmo no estrangeiro. O Brasil foi conhecido nos primeiros anos que se seguiram à descoberta, por Terra de Santa Cruz. A atual Rua da Assembleia, chamada de Santa Cruz, é a mesma que, nas velhas plantas da cidade, tem o designativo de – Detraz da Cadeia.
Rua Domingos de Morais: Domingos Corrêa de Morais, nasceu na cidade de Tietê, em 12 de maio de 1851. Formou-se em 1877, em engenharia civil pela Universidade de Cornell, da cidade de Ithaca, nos Estados Unidos. Regressando à São Paulo iniciou suas atividades na Companhia Cantareira de Esgotos. Como engenheiro dessa empresa trabalhou até 1883 e, após longa viagem pela Europa e Estados Unidos, foi presidente da Companhia de bondes de São Paulo.
Com a proclamação da República, iniciou a sua carreira política, exercendo os seguintes cargos: vereador da Capital, membro do Partido Republicano, deputado em duas legislaturas, senador estadual e vice-presidente do Estado. Pela Revolta da Armada, em 1892, prestou relevantes serviços a São Paulo. Foi um dos promotores do célebre Manifesto contrário ao Marechal Deodoro da Fonseca, o qual se atribui a deposição do presidente em 23 de novembro de 1891.
Retirando-se da política, dedicou-se a agricultura em Batatais. Faleceu em São Paulo – Capital, em 15 de dezembro de 1917.
Rua Loefgren: Esta rua foi aberta na década de 1930, por H. J. S. Boyes e outros em terrenos de sua propriedade denominado “Vila Britania”. O seu leito foi doado à municipalidade por escritura lavrada em 28/03/1932, conforme consta nos livros de notas do 10º Tabelião desta Capital. No dia 07 de Junho de 1932, através do Ato nº 350, esta rua foi aceita e declarada entregue ao trânsito público.
O nome da sua rua, por sua vez, é oriundo de Alberto Loefgren, nascido dia 11 de setembro de 1854, em Estocolmo. Formado em botânica, o sueco chegou ao Brasil em 1874, seguindo diretamente para Poços de Caldas onde permaneceu por alguns anos. Em 1877, esteve a estudos, na Serra do Caracol, servindo mais tarde como engenheiro da Companhia Paulista de Estradas de Ferro.
Ingressou na Comissão Geográfica e Geológica do Estado prestando relevantes serviços como botânico. A convite de Arrojado Lisboa trabalhou, como botânico, na Comissão de Obras Contra as Secas e, no cumprimento de suas obrigações percorreu demoradamente os Estados da Bahia, Piauí, Ceará, Maranhão e outros, colhendo material para as suas publicações científicas. Em 1913, foi contratado para servir no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e, em 1918, foi nomeado por concurso chefe da Seção Botânica. Em sua homenagem, o Horto Florestal de São Paulo leva o seu nome. Faleceu no Rio de Janeiro dia 30 de agosto de 1918.
Rua Tenente Gomes Ribeiro: José Angelo Gomes Ribeiro, oficial aviador do Exército Nacional, nasceu em 5 de junho de 1901, no Rio de Janeiro. Como aluno da Escola Militar, em 1922, foi um dos poucos que se opuseram à rebelião de julho daquele ano. Em 1925, já 1º tenente de artilharia, combateu na Coluna da Morte, chefiada pelo Tenente Cabanas e, em 1930 quando foi deposto o Presidente Washington Luiz, já aviador, voou sobre o Quartel do 12º R. I. de Belo Horizonte, animando as forças ali sitiadas.
Obrigado a aterrar, por defeito no aparelho, foi preso com seu companheiro tenente Aderbal de Oliveira que, em 1932, também prestou excelentes serviços a São Paulo. Ao rebentar a revolução paulista de 9 de julho, veio para S. Paulo com o Coronel Basilio Taborda, Mario Bitencourt e outros companheiros. Acabou falecendo em 24 de setembro de 1932, quando um acidente no seu avião precipitou-o, e ao seu valente amigo Machado Bitencourt, nas águas do Atlântico, perto de Santos.
Rua Afonso Celso: Afonso Celso de Assis Figueiredo, filho do Visconde de Ouro Preto, nasceu em Minas Gerais em 31 de março de 1860. Formou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo, em 1880.
Durante os oito anos que precederam a Proclamação da República, foi deputado por Minas Gerais, tendo ocupado o cargo de 1º Secretário da Câmara. Após a República, afastou-se da política por ser contrário à nova forma de governo e seguiu para a Europa em companhia de seu pai. De volta ao Brasil, dedicou-se à advocacia e às letras. As suas obras principais são: “Vultos e Fatos”, “O Imperador no exílio”, “Notas e Lições”, “Guerrilhas”, “Contraditas Monárquicas”, “Porque me ufano de meu país”, “Oito anos de Parlamento” e o “Assassinato do Coronel Gentil de Castro”.
Ocupou na Academia Brasileira de Letras a cadeira de Teófilo Dias e foi presidente perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Foi também, durante algum tempo, diretor da Faculdade Livre de Ciências Sociais do Rio de Janeiro. Faleceu no Rio de Janeiro em 12 de julho de 1938.