A Cerro Corá, uma das ruas mais movimentadas e importantes da Lapa, zona oeste de São Paulo, é uma lembrança brasileira a ao maior confronto bélico da nossa história: a Guerra do Paraguai.
Para entender a importância dessa batalha é preciso conhecer, ainda que rapidamente, esse famoso conflito. A Guerra do Paraguai possui “duas versões” de estopim para o início dos conflitos. A primeira coloca a culpa toda em Francisco Solano López, mandatário paraguaio, que queria ter uma via de acesso livre para o Oceano Atlântico. Assim, ele invadiria e conquistaria parte do território brasileiro para chegar a esse objetivo.
Outra versão, menos conhecida, coloca a culpa no governo imperial brasileiro. Pouco antes da guerra ser decretada, o Brasil invadiu o Uruguai e depôs presidente daquela nação. Os motivos envolvidos são vários, tais como: ameaça da soberania brasileira, assassinato de alguns estancieiros gaúchos, etc. Fato é que o Paraguai possuía um acordo de mútua defesa com o Uruguai e, ao ver seu aliado ser invadido, decidiu entrar em guerra com o agressor.
O conflito, de maneira geral, durou muito mais do que o esperado: cerca de seis anos, entre 1864 e 1870, e contou com dois lados distintos: a união entre Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai.
A Guerra
O confronto começou em novembro de 1864, quando a marinha paraguaia aprisionou um navio brasileiro no Rio Paraguai. No mês seguinte, de surpresa, Solano López decide invadir o Mato Grosso e, no começo de 1865, invade a cidade de Corrientes, na Argentina, para depois chegar ao Rio Grande do Sul.
Nesse momento, vendo a gravidade da situação, Brasil, Argentina e Uruguai fecham um acordo e decidem parar esse desejo megalomaníaco do Paraguai. A Inglaterra, observando de longe, apoia essa aliança.
Diversas batalhas famosas acontecem nesse conflito, como: a de Humaitá, onde o Barão de Jaceguai tem atuação destacada; a do Riachuelo que praticamente destrói a marinha paraguaia e a de Itororó. Vale destacar que um dos maiores comandantes brasileiros que foi determinante para a vitória nessa guerra foi Luís Alves de Lima e Silva, o duque de Caxias, que liderou as tropas até 1869 – 1870, quando pediu para se retirar por não concordar com a carnificina contra a população paraguaia.
A guerra acabaria em 1870 quando sob o comando do Conde d’Eu, marido da princesa Isabel, o exército brasileiro vence a batalha de Cerro Corá e o brasileiro apelidado de “Chico Diabo”, recrutado pelos famosos Voluntários da Pátria, mata Francisco Solano López. Diz a lenda que a batalha foi um verdadeiro massacre em proporção de 10 contra 1: 4.500 soldados brasileiros contra 450 paraguaios.
Para o Brasil a vitória nessa guerra representa a fortificação do exército nacional que, anos mais tarde, seria o embrião do golpe que resultaria na república brasileira.
A batalha de Cerro Cora foram os últimos embates com os paraguaios cujo exército fora dizimado em 5 anos de luta. O ditador Solano Lopes era um tirano que não respeitava nem sua própria família que mandara prender, não poupando nem sua mãe. Cercado dentro de um riacho foi intimado a render-se e como não fizesse acabou morto .