O vigésimo terceiro prefeito da cidade de São Paulo nasceu em Santos, no dia 17 de janeiro de 1883. O advogado Abrahão Ribeiro foi formado pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais (RJ), tendo começado seus estudos em São Paulo, na tradicional Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em 1901.
Anos mais tarde, em 1907, foi para Berlim onde cursou por quatro anos a Universidade de Berlim, mais especificamente, as disciplinas de Direito Penal, Civil e Romano. Durante sua estadia na cidade, conheceu Marta Schlesinger, mulher que viria a ser sua esposa em 1910.
No mesmo ano de seu casamento, Ribeiro voltou para o Brasil onde fundou seu próprio escritório em São Paulo. Anos mais tarde ele mudaria o endereço do escritório para a Praça Ramos de Azevedo, 209 – 2° sobre loja, no edifício Glória. Seu irmão mais moço, David, também advogado, trabalhava com ele e, curiosamente, o prédio Glória foi construído pelo seu irmão Samuel Ribeiro.
O advogado Abrahão Ribeiro exerceu o cargo de Secretário de Estado da Segurança Pública no curto período entre 25 de julho de 1931 e 30 de julho do mesmo ano. Anos mais tarde, em 1936, ele foi eleito vereador, renunciando pouco tempo depois para cuidar de seus negócios particulares.
Posteriormente, entretanto, ele acabaria sendo nomeado prefeito da cidade de São Paulo, exercendo seu mandato no período de 11 de novembro de 45 até 10 de março de 1947. Ele foi indicado ao cargo pelo interventor José Carlos de Macedo Soares, logo após a queda da ditadura Vargas, sucedendo o engenheiro Prestes Maia.
Sua principal realização como prefeito foi ordenar, através do Decreto-Lei no. 365 de 10 de outubro de 1946, a constituição de uma empresa responsável pelo transporte público, criando-se então a Companhia Municipal de Transportes Coletivos – CMTC. E essa empresa teve importância pois, desde 1941, circulavam pela cidade 1.000 ônibus e 500 bondes. Já se discutia, então, a organização do transporte como serviço público e as vantagens do monopólio governamental.
Ele nunca deixou de advogar e, no exercício da profissão, trabalhou para empresas alemãs estabelecidas em São Paulo. Foi, também, crítico, biógrafo e tradutor.
Publicou Servidões de Caminho, Queixa-Crime, Martins Fontes, Defesa dos Cabeças do Movimento de 1924 e Traduções de Fausto. Colaborou com a imprensa paulista, escrevendo artigos jurídicos e literários para o jornal A Tribuna, de Santos; Revista do Arquivo Municipal e Revista dos Tribunais. Abrahão Ribeiro morreu em agosto de 1957, aos 74 anos, em São Paulo.
Em sua homenagem foi criada a rua Dr. Abrahão Ribeiro, no bairro da Barra Funda, na cidade de São Paulo.