Uma das principais regiões da zona leste de São Paulo, a Anália Franco, carrega consigo uma homenagem a uma das mais importantes mulheres que viveu no final do século XIX e no começo do século XX.
Nascida na cidade de Resende, no dia 10 de fevereiro de 1853, Anália Franco era filha de Teresa Emília de Jesus e Antônio Mariano Franco Júnior. Seus estudos começaram na própria cidade natal e, mais tarde, foram aprimorados por sua mãe, rígida e competente professora da época.
No ano de 1861, junto à sua família, ela se transferiu para São Paulo, onde foi matriculada na escola que ficava sob a responsabilidade de sua mãe. Aos 15 anos de idade ela já era professora e, no ano de 1876, mudou-se junto a inseparável parceira para Guaratinguetá, onde ensinaram por algum tempo antes de migrar para Jacareí. Sua estadia pelo interior do estado durou pouco tempo e, em 1877, voltou à capital para completar seus estudos, formando-se em 1878 na tradicional Escola Normal.
A Vida Pós-Formada
Após a conclusão de seus estudos, Anália Franco dedicou sua vida ao trabalho, fundando abrigos para órfãos, asilos, colônias regeneradoras, creches, escolas maternais e, tudo isso, com seus próprios métodos de educação e ensino.
Ao mesmo tempo, dedicou seu tempo a revistas feministas da época, como: A Mensageira, A Família e O Eco das Damas. Além de contribuir para essas publicações, ela também criou seu próprio veículo: o Álbum das Meninas, uma revista literária e educativa às jovens brasileiras, cuja primeira edição foi veiculada no ano de 1898. Vale o destaque que ela foi a grande personagem por trás da fundação do Instituto Educacional que se denominou, pouco depois, Associação Feminina Beneficente e Instrutiva, no ano de 1901, com sede no Largo do Arouche.
Era uma mulher extremamente religiosa e voltada ao espiritismo, fé divida com seu marido Francisco Antônio Bastos, com quem trabalhou em diversas obras espíritas. Ela foi a responsável por fundar mais de setenta escolas e mais de vinte asilos para crianças órfãs. Ela foi a responsável por fundar uma importante instituição de auxílio a mulheres e a região em que essa entidade foi fundada, é hoje o Jardim Anália Franco. Em 1919, Anália Franco morreu de gripe espanhola, doença que vitimou tanta gente nessa época.
No ano em que essa terrível doença ceifou sua vida, Anália Franco matinha quase cem instituições, entre elas: 71 escolas, 2 albergues, 1 colônia regeneradora para mulheres, 23 asilos para crianças órfãs, 1 banda musical feminina, 1 orquestra, 1 grupo dramático ( teatro), além de oficinas de manufatura de chapéus e flores artificiais, em cerca de 24 cidades do interior e na capital de São Paulo.