A curiosa história do “Bauru” do Ponto Chic

O famoso “Bauru”, marca registrada do Ponto Chic é uma iguaria que surgiu na nossa querida cidade de São Paulo, em 1937. Segundo a história que se conta, Casimiro Pinto Neto, um estudante de direito do Largo São Francisco, oriundo de Bauru, chegou para o sanduicheiro Carlos e pediu uma combinação de lanche da seguinte maneira:

“Abre um pão francês, tira o miolo e bota um pouco de queijo derretido dentro. Depois disso o Carlos já ia fechando o pão eu falei: – Calma, falta um pouco de albumina e proteína nisso. (Eu tinha lido em um opúsculo livreto de alimentação para crianças, da Secretaria da Educação e Saúde, escrito pelo ex-prefeito Wladimir de Toledo Piza, também freqüentador do PONTO CHIC – que a carne era rica nesses dois elementos) bota umas fatias de roast beef junto com o queijo e já ia fechando de novo quando eu tornei a falar: – Falta a vitamina, bota ai umas fatias de tomate”.

Vale dizer que, quando Casimiro pediu para que o sanduicheiro criasse esse lanche, ele estava atrasado para uma partida de sinuca e, assim, precisava de uma refeição que fosse rápida e, ao mesmo tempo, o mantivesse alimentado.

Casimiro Pinto Neto, o famoso “Bauru”

O nome do lanche, entretanto, é o tema da maior curiosidade. Quando Casimiro estava comento, chegou o Antonio Boccini Jr., conhecido como Quico, que pegou um pedaço do lanche do amigo e, ao gostar da refeição, gritou para o garçom: Me vê um desses do “BAURU”.

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Com o passar do tempo, os amigos foram experimentando e o nome foi ficando cada vez mais famoso. Os pedidos, obviamente, eram feitos com “me vê um do Bauru” e o nome da cidade do interior paulista acabou ficando para a história.

De acordo com o proprietário do Ponto Chic, José Carlos de Souza, o sanduíche teve um papel fundamental na vida do bar.

“Desde sua criação se tornou o carro-chefe do cardápio e contribuiu para que o bar se tornasse ponto de encontro de jornalistas, políticos, esportistas, entre outros profissionais, provocando ainda mais a reunião de pessoas formadoras de opinião que ajudaram a escrever a história da cidade de São Paulo. A divulgação do nome Bauru teve reflexos colaterais também na situação econômica da região noroeste do estado de São Paulo, principalmente para o município de Bauru”, contou em entrevista ao G1.

ATUALIZAÇÃO

No começo do ano de 2019, graças a uma Lei de 2018, o sanduíche se tornou patrimônio imaterial de São Paulo. O deputado Celso Nascimento (PSC), autor do projeto que deu origem à lei sancionada por França, conta que já encontrou o lanche em quase todos os Estados brasileiros.

“O sanduíche levou o nome da cidade para todo o País e vi a necessidade de transformá-lo em bem imaterial pela sua importância cultural e econômica”, disse o parlamentar, nascido em Bauru. Na cidade do interior, o lanche ganhou um selo de qualidade conferido a oito estabelecimentos que seguem à risca a receita original. O selo é renovado a cada dois anos.

Referências: http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2012/03/bar-que-colocou-o-lanche-bauru-no-mercado-completa-90-anos.html

http://www.pontochic.com.br/ponto-chic-restaurante/o-bauru/bauru-ponto-chic

https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,bauru-vira-patrimonio-imaterial-de-sao-paulo,70002690457