Non Ducor Duco: A História do Brasão da Cidade de São Paulo

Todos os paulistas e paulistanos, com certeza, já viram os símbolos da nossa querida cidade de São Paulo. A bandeira branca com detalhes vermelhos e o brasão da cidade são figuras inconfundíveis para todos nós. 

Como já tivemos a oportunidade de falar sobre a bandeira da cidade, falaremos hoje sobre o brasão da nossa metrópole que é um capítulo recheado de curiosidades. A trajetória desse belo símbolo começa no ano de 1916 quando o então prefeito da nossa cidade, Washington Luís, organizou um concurso para a criação do brasão municipal.

O vencedor seria escolhido por uma comissão cheia de influentes intelectuais da época, como: Dr. Carlos de Campos (Senador estadual e depois Governador do Estado), Monsenhor Dr. Benedito de Souza (Arcebispado), Dr. Eduardo Aguiar de Andrada (Engenheiro), Mario Vilares Barbosa (Pintor) e Nestor Rangel Pestana (Jornalista). Vale dizer que, após uma primeira fase em que nenhum projeto foi escolhido, Mario Vilares Barbosa foi substituído pelo pintor Benedicto Calixto de Jesus.

Primeiro projeto do Brasão de São Paulo feito pelos artistas Guilherme de Almeida e Jose Wash

Após a reabertura do concurso e do envio de novas ideias, o projeto escolhido foi o de número 7, de autoria do poeta Guilherme de Almeida e de José Wasth Rodrigues. O desenho escolhido sofreu algumas alterações e foi oficializado em 8 de março de 1917.

Segundo projeto do Brasão de São Paulo feito pelos artistas Guilherme de Almeida e Jose Wash

Vale dizer que o brasão de São Paulo foi baseado em outra obra de Wasth Rodrigues: os diplomas e anéis para a Campanha do Ouro, de 1932. O desenho daquele evento era uma espada em posição vertical, cercada por ramos de café, produto que São Paulo produzia em larga escala. Em cima a legenda PRO SÃO PAULO FIANT EXIMIA (Por São Paulo façam-se grandes coisas).

Anel de Ouro feito para a campanha de 32. Imagem do pessoal do site “Tudo Por São Paulo”

Essa legenda foi inspirada em  uma inscrição, gravada por ordem do engenheiro Rebouças, nos muros do Reservatório da Repartição de Águas de São Paulo, em 1895. A inscrição era um pouco diferente e dizia:   PRO SÃO PAULO FIAT EXIMIUM (por São Paulo façam-se grandes coisas) a legenda foi alterada oficialmente para PRO BRASILIA FIANT EXIMIA (Pelo Brasil façam-se grandes coisas).

Vale dizer que, no ano de 1933, uma modificação foi proposta pelos autores do nosso belo brasão: a inclusão de uma espada empunhada pelo braço armado. Segundo Wasth Rodrigues a espada simbolizava São Paulo Apóstolo, D. Pedro I e o valor militar paulista.

Proposição do novo brasão com espada.

Os brasões estaduais foram banidos em 1937, durante o Estado Novo, época do poder máximo de Getúlio Vargas. Em 1946 é promulgada a Nova Constituição que diz que “Estados e Municípios podem ter símbolos próprios”, data em que o nosso belo brasão volta a figurar entre nossos símbolos.

Brasão da cidade de São Paulo

Vale uma curiosidade que encontrei dando uma navegada por alguns sites especializados em brasões e bandeiras de municípios. Segundo o “Atelier Heráldico”: “O brasão da mais famosa cidade brasileira tem um dos erros mais clássicos, que é o de não colocar portas na coroa, dando ideia de que suas portas estão “abertas”. E para dar a ideia de abertura foi criado um outro erro, o do interior da coroa ser pintado de vermelho para que as portas transmitissem a ideia de estarem “abertas”. Muitos criadores interpretam que uma coroa “vazada” ou “aberta” significa “hospitalidade”, regra esta que não existe na heráldica.

O correto é coroa com portas pintadas de NEGRO e o sem fundo vermelho”.

Referências: Para quem quiser conhecer ainda mais sobre o brasão da cidade e suas históricas periféricas, recomendo a leitura de:

http://tudoporsaopaulo1932.blogspot.com.br/2010/04/brasoes-de-sao-paulo.html

http://tudoporsaopaulo1932.blogspot.com.br/2010/02/aneis-da-campanha-do-ouro.html

http://tudoporsaopaulo1932.blogspot.com.br/2010/07/projetos-do-brasao-da-cidade-de-sao.html

http://www.atelierheraldico.com.br/municipais_brasileiros_errado.htm