Um dos mais belos edifícios da cidade de São Paulo, o Palácio dos Campos Elíseos, foi fruto da fortuna cafeeira do fim do século XIX. Pertencente ao rico Elias Antonio Pacheco e Chaves, o projeto arquitetônico dessa obra de arte é do arquiteto alemão Matheus Haüssler.

O edifício, que fica localizado na antiga Chácara dos Bambus, atual Avenida Rio Branco, é uma réplica do famoso Castelo de Écouen, hoje museu da Renascença, na França. A construção do palacete teve início no ano de 1896 e acabou em 1899. Na época de sua conclusão, a casa possuía diversos espelhos venezianos, lustres de Baccarat, maçanetas de porcelana e carvalho francês.

Grande parte do material utilizado em sua construção foi importado dos Estados Unidos e de vários países da Europa. A madeira da construção era trabalhada por carpinteiros de Santo Amaro e o penoso transporte desse material era feito por carros de bois em uma viagem de aproximadamente oito dias.

No ano de 1911, o palacete foi comprado pelo Estado e virou, posteriormente, uma das sedes do governo paulista. De Palacete Elias Chaves ele passou a ser chamado de Palácio dos Campos Elíseos. Por ele, passaram governantes como: Rodrigues Alves, Altino Arantes, Washington Luís Armando Salles de Oliveira e Jânio Quadros.

O então presidente de São Paulo, Júlio Prestes (sentado, à dir.), em reunião em um dos salões, nos anos 30. Foto Acervo Ricardo Della Rosa.
O então presidente de São Paulo, Júlio Prestes (sentado, à dir.), em reunião em um dos salões, nos anos 30.
Foto Acervo Ricardo Della Rosa.

No ano de 1924, quando aconteceu uma revolta contra o governo de Artur Bernardes, o palácio chegou a sofrer com bombardeios, cenário não muito diferente da revolta de 32, quando as tensões nervosa circulavam o edifício.

Inúmeros convidados ilustres hospedaram-se no Palácio: Rei Alberto da Bélgica; Cardeal Eugênio Paccelli (mais tarde Papa Pio XII); Príncipe de Gales e seu irmão; o Presidente Somoza da Nicarágua; General Dwight Eisenhower; o Presidente de Portugal General Craveiro Lopes e o astronauta Yuri Gagarin. Em 1965, a sede do governo foi transferida para o Palácio dos Bandeirantes, mas o Campos Elíseos ainda era utilizado pelo Executivo.

O Incêndio E O Processo de Restauração

No dia 17 de outubro de 1967, um terrível incêndio destruiu quase totalmente o palácio. O prédio, que vinha sofrendo uma intensa reforma, estava praticamente pronto para receber à família do governador, quando um incêndio começou no telhado do edifício.

O fogo começou por volta das 19h 40 e foram quinze minutos de intenso pânico e correria dos empregados de dentro da casa. Todas as pessoas conseguiram ser retiradas com segurança e, o governador, estava despachando do Palácio dos Bandeirantes.

A partir de então, o governo mudou sua sede oficial para o Palácio dos Bandeirantes e o palacete dos Campos Elíseos foi restaurado e utilizado por diversas repartições públicas. Durante muito tempo, entretanto, ele acabou sendo “gasto” com os trabalhos diários e, em 2006, foi dado início a um projeto para recuperar suas características originais.

Registro atual do Palácio dos Campos Elíseos.
Registro atual do Palácio dos Campos Elíseos.

Entre os anos de 2008 e 2009, sua fachada foi totalmente restaurada. O edifício serviu, durante muito tempo, como sede para a  Secretaria da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado de São Paulo. Atualmente, encontra-se fechado para o processo final de restauração.

2 Comments

  1. Nesse palácio quando o Governador de SP era Ademar de Barros , sua esposa D. Leonor recebia amigas para um chá da tarde onde minha mãe Dayse de Almeida Bayeux era convidada e ali se discutia campanhas para distribuição de roupas e alimentos para os pobres .
    Esse Palácio realmente era deslumbrante .

  2. Em 1972, eu trabalhei nele com funcionário público, na extinta Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo, a qual fazia em Campos do Jordão o famoso Festival de Inverno, o qual selecionava adolescentes da música clássica, para serem bolsistas e terem aulas com famosos professores e maestros nacionais estrangeiros .

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