A linda história do estádio Doutor Osvaldo Teixeira Duarte, mais conhecido como Canindé, começa com um clube da colônia alemã chamado Deutsh Sportive.
Essa agremiação possuía um imóvel no tradicional bairro do Canindé para a prática de diversas modalidades esportivas. Porém, o mundo passava por grandes turbulências e o Brasil acabou entrando na Segunda Guerra Mundial contra os países do Eixo. Era tudo que não poderia acontecer para o Deutsch Sportive.
Os alemães passaram a sofrer perseguições da população brasileira e, antes de ter o estádio confiscado, o Deutsch Sportive decidiu vender sua propriedade para outro clube: o São Paulo Futebol Clube.
A ideia do São Paulo era utilizar o estádio como sua casa e treinar sua equipe de futebol profissional por lá. A agremiação tricolor comprou o estádio dos alemães, mas ainda permitiu, em acordo, que os antigos sócios e a equipe de futebol fizessem uso das instalações. Para fugir das perseguições contra as colônias do eixo, o clube mudou seu nome para Guarani, uma forma de se tornar mais brasileiro.
No ano de 1956, a Associação Portuguesa de Desportos adquire o Canindé. O clube da colônia portuguesa fechou acordo com o dono do terreno, Wadih Sadi, que era um sócio do São Paulo Futebol Clube, que havia adquirido um terreno para construção de estádio no bairro do Morumbi.
Na época, o Canindé contava com algumas dependências para treino: o campo, um salão pequeno, entre outras áreas. Foram feitas várias reformas por exigência da Federação Paulista de Futebol. Após quase uma reformulação completa, o estádio ganhou o apelido de Ilha da Madeira, referência à ilha portuguesa e à sua forma de edificação.
Assim, no ano de 1956, o estádio recebe seu jogo inaugural. Foi uma partida entre uma seleção mesclada de São Paulo e Palmeiras contra o time da Portuguesa de Desportos, que ganhou o jogo dos rivais por 3 a 2.
O primeiro gol feito no estádio foi marcado por Nelsinho, jogador do São Paulo. No dia nove de janeiro de 1972, o estádio do Canindé teve sua reinauguração oficial, batizado de estádio Independência. Foi realizado um jogo entre Portuguesa e Benfica. Nesta nova fase do Canindé, as arquibancadas já eram de concreto e a capacidade total era para 10.000 torcedores.
Nos outros jogos realizados em torno do evento, chama a atenção o contra o Zoljeznicar, da Iugoslávia. Naquela partida, a Lusa contou com o reforço do craque Roberto Rivellino, emprestado pelo Corinthians apenas para aquela ocasião, fato comum na época. O placar foi de 2 a 0 para a Portuguesa, e o Reizinho do Parque marcou, de pé direito, um dos gols da Lusa.
No ano seguinte se iniciaram as obras de construção do anel superior, que ainda hoje abriga as cabines de imprensa, as tribunas e camarotes e as cadeiras numeradas cobertas.
Em 1981, foi realizado um torneio em comemoração à inauguração dos refletores. Era um quadrangular com a participação de Corinthians, Fluminense e Sporting, de Portugal.
A Lusa venceu o Fluminense nos pênaltis, por 4 a3, após empate por um gol no tempo normal. Do outro lado, os Leões bateram o Corinthians por 1 a 0. Na decisão, vitória da Lusa por 2 a 0, gols de Caio e Beca.
Três anos depois, o presidente Oswaldo Teixeira Duarte era imortalizado com a maior homenagem que poderia receber: o estádio passa a carregar seu honroso nome.
O maior público da história do Canindé foi registrado no dia 10 de outubro de 1982, quando 25.662 pessoas (23.858 pagantes) assistiram ao clássico Portuguesa 1 x 3 Corinthians.
Quando se fala em público pagante, porém, nenhuma partida supera as quartas-de-final do Brasileirão de 1998: 25.491 pessoas pagaram para ver a vitória da Lusa sobre o Coritiba, por 3 a 1, no dia 15 de novembro.