Um dos bairros mais tradicionais da zona norte de São Paulo, o Tucuruvi, possui uma curiosa história de surgimento e ocupação territorial. Em uma belíssima matéria do Diário da Zona Norte, justificativas são apresentadas para a denominação “Tucuruvi”. A primeira, e mais aceita por pesquisadores, é a de que o nome tem origem do tupi e significa gafanhoto verde, em referência às grandes pastagens de gado que fazem parte da região e ofereciam o habitat ideal para esse tipo de inseto.
Outra versão diz que a primeira vez que Tucuruvi apareceu de maneira oficial foi em uma escritura de compra e venda de uma área, sendo que esse documento é datado de 1856. Existem, também, outras possibilidades de denominação, como o nome ser derivado da palavra Taquaravi que, também em tupi, significa taquara verde, vegetação típica da região. Dizem, também que, o nome pode vir dos chamados “tocos ruivos”, já que as propriedades eram demarcadas por tocos com a cor amarelo ouro e, com o tempo, ficavam ruivos em decorrência do sol e chuva.
Diante desse gostoso dilema de onde surgiu a denominação do bairro, vamos à história de sua ocupação. Quando as primeiras pessoas decidiram morar na região, a paisagem era a de campos verdes imensos que deram origem a sítios e fazendas. As mais famosas eram as de Lavrinhas, Pedregulho e Tapera Grande e, o primeiro núcleo urbano de povoamento, é datado de 1903 quando o famoso inglês Willian Harding comprou a fazenda Itaguaravi, na região atualmente conhecida como Parada Inglesa.
Nove anos depois dessa compra ele fundou a Villa Harding, onde foi construída sua linda casa que ficou conhecida como Palacete Anglo-Parque. Era localizado no topo da colina na antiga Avenida Pires do Rio, o que proporcionava aos visitantes um lindo panorama da cidade de São Paulo. Infelizmente, com o passar dos anos, esse palacete acabou sendo demolido (década de 70), não restando muito da memória do bairro. Hoje, no local do antigo palacete, está a sede da Prefeitura Regional de Santana/Tucuruvi/Mandaqui.
Com o passar dos anos e a chegada de mais pessoas o bairro, naturalmente, foi perdendo sua característica rural e foi se transformando em uma área urbana. A chegada do Trem da Cantareira, em 1913, também contribuiu para que a paisagem mudasse, afinal, pequenos prédios comerciais começaram a ser erguidos devido às necessidades que foram aparecendo. Isso, claro, contribuiu para aumentar ainda mais a quantidade de pessoas que moravam pelo Tucuruvi.
Uma histórica e curiosa informação é a de que em 16 de agosto de 1914, Claudino Ignácio Joaquim vendeu o sítio Lavrinhas para o Henrique Mazzei que dividiu os 500 mil metros quadrados em lotes de 10×40 e 10×50 e os vendeu em pequenas prestações, compondo um gigantesco lote de terras disponíveis para que novas moradias aparecessem na ZN de São Paulo.
Atualmente, o Distrito de Tucuruvi (denominação instituída pelo Decreto nº 6618 de 21 de agosto de 1934) é formado pelos bairros: Tucuruvi; Parada Inglesa; Vila Gustavo; Vila Mazzei; Jardim França e Jardim Barro Branco. O distrito abriga a sede da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, que fica no bairro do Jardim Barro Branco, em mesmo local o Hospital Militar e o Presídio Militar Romão Gomes. A estação terminal Tucuruvi do Metrô, ocupa um local próximo onde antes foi a estação de Trem da Cantareira, tendo um de seus acessos em frente à Colina do Tucuruvi, local onde existiu o palacete do inglês William Harding e primeiro núcleo povoamento do bairro, que hoje sedia em novo prédio, a Subprefeitura Santana – Tucuruvi.
Curiosidades
– A primeira missa do bairro foi celebrada no dia 4 de maio de 1918. Em 6 de outubro do mesmo ano foi lançada a pedra fundamental da Igreja do Menino Jesus do Tucuruvi, um dos símbolos do bairro;
– Também em 1918 foi fundada a Escola Noturna da Associação Beneficente do Tucuruvi;
– A primeira escola pública do bairro foi fundada em 1922, a Escolas Reunidas do Tucuruvi e, seu primeiro diretor, foi Nestor Pereira Leite;
– O primeiro cinema do bairro foi inaugurado em 14 de novembro de 1925, o Cine Teatro Rio Branco;
– O Cine Tucuruvi foi inaugurado em 22 de fevereiro de 1941;
– No dia 1° de dezembro de 1913 entrou em operação a Estação do Trem Tucuruvi.
Referências: Portal Diário da Zona Norte
Muito bom saber que existem mais Paulistanos e Paulistas preocupados em mostrar ao nosso povo a História rica da nossa cidade, nossos bairros, nossa gente. Parabéns !!! Também sigo esse caminho, e tenho um site chamado http://www.bellapauliceia.com.br – havendo interesse em conversar, procure-me no Facebook ou em meu email marcosedu.pessoal@gmail.com
Gostaria muito que vocês publicassem fotos e histórias do bairro Cambuci, se houver material. O Cambuci é o bairro onde passei minha infância e adolescência. O grupo escolar Oscar Thompson, que começou no Lgo. do Cambuci esquina com a R. Luís Gama e foi transferido para a sede nova, construída na Av. Lins de Vasconcelos; o antigo cine Riviera também na Av. |Lins de Vasconcelos, que virou igreja evangélica, onde houve um desabamento da antigas estrutura do teto. Outro ícone da Av. Lins de Vasconcelos era o Balneário do Cambuci, onde a piscina era disputadíssima no verão pelos jovens. Outras tantas histórias desse antigo e maravilhoso bairro merecem ser lembrados. Agradeço a atenção.
Sobre 12 fotos do Massami Kishi de Guarulhos. Folinha de 2003
Queria saber o endereço onde surgiu a Escola Acadêmico do Tucuruvi e quem fundou a Escola e ano local como disse e onde foi criado a sua sede, Vocês tem informação do primeiro casal de mestre sala e porta bandeira
Deixaram de citar nome de João fidalgo que compro o castelo ele construiu varias casinhas que era aquisecivel a comprar era prestação
Tenho 86 anos. Morei no bairro do Tucuruvi. Na Rua Décio Villares dos 7 aos 26 anos. Com 15 anos de idade passeava com a minha mãe todos os sábados e domingo a tarde passeávamos na avenida Tucuruvi e ouvíamos a bandinha tocar no caramanchão do Sr. João Fidalgo. Naquele tempo havia muito respeito entre as pessoas. Os rapazes ficavam na porta do cinema vestidos de terno e gravata, conversando e vendo o movimento.
Meu futuro esposo estava entre eles conversando com meu irmão. Casamos na Igreja Menino Jesus em 1956 aos 18 anos. Ficamos juntos por 59 anos quando ele faleceu.
Costumávamos ir nas quermesses na Igreja Menino Jesus. Havia muita gente e nenhum tipo de encrenca. Os rapazes ofereciam musicas para as moças mesmo sem as conhece-las.
O que eu mais sinto falta é do trem. O que mais me revoltou foi a demolição do castelo do Sr. João Fidalgo. O que se salvou ( não sei até quando) o Grupo Escolar Silva Jardim.
O Sr. saberia me dizer o que está escrito em uma placa de bronze na Rua dos Ferroviários quase chegando na Avenida Guapira? Ela está localizada do lado direito em uma parede pintada de vermelho. Ela está aproximadamente uns 2m de altura e muito oxidada.
Sinto saudades de tudo. Nosso país é sem memória.
Meu nome é Francisco Luiz. Tudo que digitei foi a pedido de minha mãe. Tanto ela como eu sentimos saudades porem hoje nem tem mais isso.
Nome de minha mãe é Aloysia.
Obs.: Nós agradecemos do senhor ter contado a história do nosso bairro. Pena não ter uma máquina do tempo.
Por acaso dona Aloysia se lembra de uma escola no Tucuruvi, chamada educandário Santo Antônio que ficava na avenida Nova Cantareira próxima a sede do 9 Batalhão de Polícia Militar? Estudei nesta escola em 1959 e soube que o prédio foi demolido para dar lugar um posto de gasolina, que hoje também não existe mais.