O lazer da Barra Funda - A história do Parque da Água Branca

Casa do Museu Geológico, da Casa de Caboclo, de um aquário e do Relógio do Sol, o Parque da Água Branca é parte da rotina de quem mora ou passa pela Avenida Francisco Matarazzo, na Barra Funda.

Criado em 1929, por Fernando Costa, o espaço tem 137 mil metros quadrados e, além dos equipamentos históricos, também é palco de grandes feiras orgânicas, sendo parada obrigatória para quem gosta de frutas e vegetais frescos.

Um pouco da história

No começo do século XX, a população que vivia em São Paulo consumia muitos produtos hortifrutigranjeiros produzidos nas chácaras de bairros periféricos da cidade.

Imaginem a dificuldade de conseguir fazer uma “boa feira”, tendo que circular em meios de transportes ineficientes, desconfortáveis e barulhentos. Com todas essas dificuldades, “comer bem”, escolhendo seus legumes, frutas e verduras era quase impossível.

É nesse contexto que surge a ideia do Parque da Água Branca, que foi criado na época do desenvolvimento agropecuário de São Paulo. O primeiro capítulo dessa trajetória começa em 1904, quando o então prefeito Antônio da Silva Prado inaugurou a Escola Prática de Pomologia e Horticultura do Estado, que funcionou por lá até 1911.

Já na década de 20, criadores e fazendeiros participaram de uma campanha para que São Paulo tivesse um Recinto de Exposições e um local para ser sede do departamento da Secretaria da Agricultura do Estado.

Essa pressão fez efeito e, em 25 de abril de 1928, o governo de São Paulo transferiu as antigas dependências de Exposição Animal e de Exposições da Mooca para a Água Branca. O local foi chamado de Pavilhão de Exposição de Animais.

Neste momento da história do parque surge a figura de Fernando Costa, que foi vereador e prefeito da cidade de Pirassununga, além de deputado estadual de São Paulo. Por volta de 1929 foi alçado ao cargo de Secretário de Agricultura e foi ele o responsável por, no dia 2 de junho daquele ano, inaugurar o Parque da Água Branca, ainda sem a totalidade do terreno que conhecemos hoje.

*Fernando de Souza Costa foi o patrono do Parque da Água Branca*

Importante destacar que ele foi o executivo responsável por convencer o governador da época, Júlio Prestes, a transformar a área, além do Pavilhão de Exposição de Animais, em uma Diretoria de Indústria Animal.

Durante o período de 1939 a 1942, foram adquiridos pelo Governo do Estado de São Paulo, mais de 12.022,27m², totalizando assim a área atual do Parque. Inicialmente o espaço era conhecido só com o nome de Água Branca, devido ao córrego limpíssimo que passava pela região (ele ainda passa, só há dúvidas com relação à limpeza dele….), mas em 1950 o local recebeu o nome de “Dr. Fernando Costa”.

*Portão de acesso ao Parque da Água Branca em 1920.*

Em 1979, grandes exposições de gado foram definitivamente transferidas para o Recinto de Exposições da Água Funda, por motivos de modernização da área de exposições e necessidade de espaços mais amplos para a circulação dos visitantes. Em 1996, foi tombado como patrimônio histórico, cultural, arquitetônico, turístico, tecnológico e paisagístico pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado).

Por fim, através de um decreto de 2012, o Parque foi transferido da Secretaria de Agricultura e Abastecimento para a Coordenadoria de Parques e Parcerias – CPP da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente.