Um dos grandes monumentos que a cidade perdeu durante sua história foi o tradicional Teatro São José. Essa construção foi a mais importante casa de espetáculo paulistana do século XIX. Sua inauguração foi celebrada em 4 de setembro de 1864, no Largo São Gonçalo, atual Praça Doutor João Mendes.
A peça apresentada nesse dia foi a Túnica de Nessus, do estudante de direito Sizenando Nabuco e seu irmão, Joaquim Nabuco. Vale registrar que o teatro não estava pronto no dia 4 e suas obras só foram concluídas 10 anos depois.
Suas instalações comportavam cerca de 1200 espectadores e recebeu famosíssimas companhias internacionais, principalmente as italianas, em 1895. Um exemplo disso foi que a consagrada Compagnia Di Ermete Novelli apresentou dez peças ali. O São José fora criado para ser um teatro na América do Sul inspirado nas grandes construções europeias.
Além da peça citada, outras famosas companhias acabaram passando por lá: o São José recebeu a atriz de origem portuguesa, Eugênia Câmara e o seu amor, o poeta Castro Alves. Por lá também passaram: Sarah Bernhardt, as pregações abolicionistas de Antonio Bento e Arthuro Toscani.
Contudo, às vésperas do Carnaval de 1898, no dia 15 de fevereiro, um grande incêndio acabou destruindo o tradicional teatro. A partir do incêndio, o Largo do Comércio passou a ser chamado de Largo do Teatro, mais tarde de Praça João Mendes.
Apesar do choque, as autoridades ordenaram que um novo palco, com o mesmo nome, fosse construído próximo ao Viaduto do Chá, no começo do século XX.
Projetado pelo arquiteto Carlos Eckman, o novo São José tinha capacidade para 3000 pessoas e foi inaugurado no dia 28 de dezembro de 1909. Em sua inauguração, aconteceu a execução do Hino Nacional, sucedida pela famosíssima ópera “Guarany”, de Carlos Gomes.
O novo Teatro São José, ao lado do Viaduto do Chá, trazia um prédio imponente, com um grande salão, dois anos depois, em frente a ele, surgiria o Theatro Municipal. Ele funcionou até a década de 20, quando acabou demolido para dar lugar à Light que, desde 1999, se tornou um Shopping Center.
À história é tão radiante que me fascina à medida que leio e vejo o como era, o que aconteceu na época. A vida é uma eterna história contada .
Carlos F. Dos Santos