O primeiro hotel cinco estrelas da cidade de São Paulo, o Ca’d’Oro, voltou a funcionar. De propriedade da família Guzzoni, a iniciativa começou primeiro como restaurante, em 1953, na Rua Barão de Itapetininga. O slogan do local, aliás, já mostrava a que essa iniciativa veio: “Ca’d’Oro um restaurante diferente”.

Ao inaugurar o restaurante, Guzzoni trouxe da Itália dois chefs de cozinha, Alberto Micheletti e Emilio Locatelli, e dois gerentes; Edwin Prieth e Michele Brusa. Os cinco formavam a equipe ideal que se tornou responsável por um série de inovações gastronômicas sofisticadas, que conquistaram o público e estabeleceram o Ca’d’Oro entre os mais importantes restaurantes da cidade.

Três anos depois, já na Rua Basílio da Gama, surgia o embrião do hotel. Em 1965 o Hotel Ca’d’Oro surgiu em sua versão cinco estrelas, na Rua Avanhandava, e foi o primeiro hotel da cidade a ter piscina em suas dependências. Em 1978, foi ampliado para a rua Augusta que passou a ser a entrada principal, passando a ter duas piscinas, uma panorâmica e outra externa, no jardim do hotel e 300 apartamentos.

Anúncio do Hotel Ca'd'Oro em 1965
Anúncio do Hotel Ca’d’Oro em 1965

Nascido para ser uma referência dentro da cidade de São Paulo, o Ca’d’Oro era um hotel que primava pela elegância de seus hóspedes. Até 1962, por exemplo, era proibida a entrada em seu restaurante sem gravata. Havia até uma placa, oficializando a norma.

Com o passar dos anos, a regra foi sendo “esquecida”, mas a exigência pelo uso do paletó permaneceu. A administração do hotel mantinha algumas peças separadas para empréstimo e, segundo Aurélio Guzzoni, sobrinho de Fabrizio, em entrevista ao jornal o Estado de São Paulo:  “A partir de 1978, não obrigávamos mais. Mas tínhamos uma plaquetinha onde se lia ‘agradecemos o uso do paletó’. E deixávamos o ar condicionado bem forte, para que todos preferissem usá-lo mesmo”.

Entre os hóspedes ilustres, o Ca’d’Oro recebeu: Rei e Rainha da Espanha, Rei e Rainha da Suécia, Nelson Mandela, Pablo Neruda, Gore Vidal, Linus Pauling, José Carreras, Luciano Pavarotti, os brasileiros Jorge Amado, Mário Quintana, Emiliano Di Cavalcanti, Vinicius de Moraes entre incontáveis outras personalidades que marcaram a história. A suíte presidencial também já serviu de gabinete ao Presidente da República João Figueiredo, que transformou o Ca’d’Oro em sede do governo federal por 15 dias, enquanto  passava por tratamento em São Paulo.

Hotel Ca'd'Oro na década de 70
Hotel Ca’d’Oro na década de 70

No ano de 2009, quando os donos do Ca’d’Oro já previam a revitalização do centro, um novo projeto foi iniciado: o CA’D’ORO SÃO PAULO. As três torres que compunham o Grand Hotel foram substituídas por dois novos prédios e um conceito moderno, o “MIXED USE”, que vem provando ser um sucesso no mundo.

A primeira torre foi dedicada para uso residencial de alto padrão. O segundo prédio abriga 387 unidades comerciais, dedicadas a escritórios, consultórios e empresas que prezam por fazer parte desta história de tradição e sucesso; além do novo e reformulado HOTEL CA`D`ORO, com 147 apartamentos espalhados nos últimos 9 andares da torre, com vista deslumbrante da cidade, além de seu renomado restaurante de cozinha regional norte italiana.

4 Comments

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *