Um dos hotéis mais famosos do centro de SP, sem dúvidas, é o Jaraguá. Construído em 1948 e inaugurado em 1954, quando São Paulo fazia sua festa do IV Centenário, o projeto foi erguido, inicialmente, para abrigar o jornal O Estado de São Paulo, a Rádio e o Estúdio Eldorado.
Todas essas empresas de comunicação, por assim dizer, ocupariam do 1º ao 8º andar e, os demais pavimentos, seriam alugados para escritórios. Entretanto, José Tjurs, experiente hoteleiro, se interessou pelos espaços restantes e instalou o Hotel Jaraguá do 9º ao 23º andar.
O nome Jaraguá, inclusive, tem um belo significado. Na língua tupi a palavra quer dizer “Senhor do Vale” e tem relação direta com o Pico do Jaraguá, ponto mais alto da cidade com 1.135 metros de altura. O significado linguístico de Jaraguá inspirou os primeiros proprietários do hotel, que associaram o nome ao que seria o ponto mais alto da hotelaria.
E o Jaraguá estava, de fato, destinado a grandes coisas. Logo de cara, em 1954, após sua inauguração, foi o palco do 1º Festival Internacional de Cinema, tornando-se um reduto de intelectuais e artistas de renome internacional, como Jeffrey Hunter, Edward G. Robinson, Erich Von Stroheim, Walter Pidgeon e Marjorie Prado. Praticamente, todas essas celebridades, hospedaram-se em uma das 22 luxuosas suítes do Hotel Jaraguá, que contava ainda com outros 164 apartamentos.
A partir daí, um número incontável de personalidades contribuiu para escrever a história do Jaraguá. Entre elas figuram Alain Delon, Ella Fitzgerald, Sophia Loren, Frederico Fellini, Brigitte Bardot, Louis Armstrong, Gina Lollobrigida, Edith Piaf, Tony Curtis, Ginger Rogers, Mick Jagger, Henry Ford II, rainha Elizabeth II, Robert Kennedy, Fidel Castro, Yuri Gagarin, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, Prestes Maia e Carlos Lacerda, entre outros.
O prédio se consolidou como referência no cenário cultural de São Paulo, com grandes obras de arte, como o mural externo de Di Cavalcanti e o interno, pintado por Clóvis Graciano. Além disso, era no bar do hotel, que acontecia o burburinho da noite paulistana.
O local era ponto de encontro de celebridades e jornalistas: Carlos Lacerda, por exemplo, deu diversas aulas de jornalismo, política e democracia. Ieda Maria Vargas, Miss Universo em 1963, ganhou um drink feito especialmente para ela.
O Novotel Jaraguá
As décadas de 80 e 90 foram períodos difíceis para o Jaraguá. Com a morte de Tjurs e o aparecimento de concorrentes internacionais, o hotel fechou suas portas em 1998.
No mesmo ano, o edifício foi comprado pelo Grupo Sol Invest, que já era proprietário da parte onde estava instalado o antigo Diário Popular. Com a aquisição do restante do imóvel e o crescente investimento na revitalização do centro, o grupo teve a idéia de fazer um grande hotel, em 1999.
A transformação do hotel, em um dos mais modernos de São Paulo, teve investimentos de aproximadamente R$ 40 milhões e durou dois anos. No projeto inovador, Miguel Juliano demoliu seis pilares de concreto do térreo para a criação de uma rua dentro do hotel.
O projeto de decoração interna é de Nelson Nastás. Um dos destaques é o carpete, uma projeção cubista do painel externo de Di Cavalcanti. A artista Sonia Miller projetou a grande escultura da recepção, que representa uma homenagem ao Estado de São Paulo e as obras de recuperação do mural de Clóvis Graciano, que fica no lobby do hotel, foram finalizadas em setembro de 2004. Além destes elementos, o relógio que fica no topo do edifício também passou por um minucioso processo de restauração.
Em outubro do mesmo ano, a Accor Hotels – empresa de hospitalidade hoteleira, líder de mercado no Brasil e na América do Sul – assumiu a administração do Jaraguá, que passou a se chamar Novotel Jaraguá São Paulo Conventions.
Hoje, o prédio conta com 415 apartamentos, uma estrutura de eventos com 3.800 m² e 25 salas moduláveis, distribuídas em quatro pavimentos. Dispões também de, dois restaurantes (365 Bar : Restaurante e Restaurante Jaraguá), um bar, além de Fitness Center.
Nas dependências do hotel está localizado o Teatro Jaraguá, que recebe importantes espetáculos, como a peças O Eclipse e Happy Hour de Jô Soares,“Os Penetras”, com o ator Marcelo Airoldi e muitos outros.
Surpreende como o hotel não virou mais um prédio de apartamentos para moradia. Existem muitos edifícios abandonados no centro da capital que poderiam servir a este fim.
Um prédio histórico de muita grandiosidade. É lindo de ver como ele se mantém vivo fisicamente (que não é mais uma arquitetura abandonada ) e quanta lembrança ele deixa na vida das pessoas. Graças a Deus eu também tenho a minha passagem por aqui , fico feliz por todos que se dedicam em homenagear a nossa história.
Obrigado .
Estou dando muito mais valor à vizinhança agora! rs Que chique!
Foi o meu primeiro emprego com CLT assinada na reforma nos fim da década de 90.
Pena que muitos não tem idéia quantas história s aconteceu durante essa reforma!!! Muitas lembranças ruins e algumas boas.
O que aconteceu? Contaa
Conta
Ei Andre, conta…
Foi meu primeiro emprego, em 1978 tinha 16 anos trabalhei no departamento pessoal do Diário Popular o jornal conhecido como o Rei da banca foi maravilhoso