A Avenida José Maria Whitaker, na zona sul de São Paulo, é extremamente movimentada durante o dia e conhecida de todos os moradores da região. Contudo, o homem que empresta seu nome à via nada tem a ver com transportes ou veículos.
O homem em questão nasceu no ano de 1878 na cidade de São Paulo e, desde cedo, manifestou seu dom para o direito. Anos depois, essa vocação seria seguida e Whitaker se formaria pela Faculdade de Direito de São Paulo no ano de 1896. O período em que ficou na universidade foi importante para apurar seu faro político e, assim, moldar o homem que faria história na cidade de São Paulo.
Enquanto estudante, Whitaker teve contatos com grupos políticos monarquistas, fato que moldou algumas de suas ideias. Após concluir sua graduação, Whitaker foi para o interior onde exerceu por alguns anos a advocacia aprendida na capital de São Paulo.
No ano de 1903, resolveu investir em outras áreas e abriu uma forma de café, com a qual ganhou bastante dinheiro. Sete anos depois, Whitaker assumiu a presidência da Associação Comercial de Santos e, nessa mesma década, expandiu seus negócios para a área financeira.
A Atuação No Banco do Brasil
Esse ilustre paulistano, no ano de 1920, recebeu o convite do presidente Epitácio Pessoa para assumir a presidência do Banco do Brasil onde foi o responsável por uma gestão marcada pelo avanço econômico do órgão e com a consequente recuperação da reputação e respeito do banco. Enquanto presidente, Whitaker se colocou contra a política do governo federal que era a de comprar os estoques excedentes de café e, assim, proteger o preço do produto.
No final de 1922, o advogado deixaria o cargo e, anos mais tarde, já durante o governo de Washington Luís, recusou o convite para voltar a dirigir o banco, já que discordava fortemente da política econômica instituída por Luís. Anos depois, ligado ao Partido Democrático de São Paulo, assumiu o cargo de Ministro da Fazenda imediatamente após a posse de Getúlio Vargas na presidência da república.
A grave crise que atingia o mundo também chegou ao setor cafeeiro e fez com que Whitaker fosse obrigado a abrir mão de suas convicções e aceitasse comprar os estoques excedentes de café. Mesmo assim, sua política de gastos públicos e responsabilidade fiscal com o dinheiro do contribuinte, acabou por fazê-lo alvo de críticas dos cafeicultores paulistas que, entre outras coisas, o acusavam de favorecer os banqueiros em detrimento da lavoura. Pressionado, deixou o ministério em novembro de 1931.
Em 1932, durante o movimento da Revolução Constitucionalista, teve modesta atuação, o que o livrou de represálias e perseguições sofridas pelos líderes do movimento que fora destruído em outubro daquele ano.
Logo após esses acontecimentos, retirou-se da vida pública e durante muitos anos dedicou-se aos seus negócios particulares. Whitaker acabaria retornando ao Ministério da Fazenda entre abril e novembro de 1955 durante a presidência de Café Filho. O reconhecido advogado acabaria falecendo em 1970 na cidade de São Paulo.