Navegar no sonho da cidade
Por Paulo Pugliese*
Segundo Fernando Pessoa, os navegadores antigos tinham a frase que simbolizava os seus próprios pensamentos: “Navegar é preciso; viver não é preciso”.
Eu já diria que é preciso e necessário sonhar e que quem vive em São Paulo, numa metrópole deste tamanho, sempre tem que sonhar e acaba sonhando e sobrevivendo sempre. Mesmo que nunca saibamos realmente, aquilo que irá acontecer com a gente numa grande cidade.
São pessoas, milhões de trabalhadores que acordam todos os dias para viver suas lutas pessoais e que misturam seus sonhos, objetivos e sentimentos.
Na democracia, o direito de ir e vir em harmonia, desde que se respeite o direito dos outros de não querer ir ou vir, faz parte dos valores comuns do estado de direito e da liberdade de expressão para todos.
O direito de sonhar e de buscar a felicidade da forma que se acredite faz parte dos anseios de quem vive nesta selva de pedra, ao mesmo tempo única em beleza, complexidade e oportunidades.
Em São Paulo, que é cosmopolita na essência, vivem e convivem todos os credos, ideologias políticas e convicções filosóficas. Na Paulicéia Desvairada, como um dia já foi chamada, a noite vira dia e o dia também se transforma em noite.
Nela, os paulistanos correm pra lá e para cá como formigas, indo todos os dias de casa para o trabalho e do trabalho pra casa.
Mas também vão amar, vão se alimentar, experimentar e ao mesmo tempo assistir aos jogos de futebol, confraternizar com os amigos e familiares, e participar de atos públicos, por aquilo que acreditam que seja certo.
Um grande centro financeiro onde os crédulos remanescentes do sonho do capitalismo e do liberalismo, lutam e brigam com aqueles mais jovens, que ainda acreditam no sonho de uma experiência socialista que nem muitas repúblicas socialistas de origem acreditam mais.
Em São Paulo, tudo pode e tudo é possível! E é isso que faz dela o que é… Uma grande oportunidade para quem busca um lugar ao sol para crescer, sobreviver e evoluir em vários sentidos da vida. Por isso, “Navegar é preciso; viver não é preciso”. Desde que seja no sonho desta grande cidade…
Paulo Pugliese, 50 anos, é jornalista, um apaixonado pela sua cidade natal, São Paulo, e palmeirense desde criancinha. Foi trabalhar na Rede Record pela primeira vez em 1992, onde já atuou como roteirista, repórter, diretor de programa, produtor musical e de locações de teledramaturgia e redator corporativo. Atualmente atua como Supervisor de Comunicação na mesma empresa.
Também adora cinema, séries de TV, do passado e do presente. É autor dos blogs TV tudo isso (sobre os seriados e séries que lhe cativam a atenção) e no campo de jogo, onde escreve sobre o futebol de todos os tempos, um esporte pelo qual é vidrado desde a adolescência, mas que lamenta estar se transformando cada vez mais numa modalidade de negócios por si só.