O antigo dando lugar ao novo, a falta de cuidado com a história e com o edifícios que marcaram uma cidade no passado e a “marreta do progresso” rompendo memórias e dando lugar a uma cidade cada vez mais cinza, monótona e que não para.
Poderia ser muito bem uma descrição da São Paulo atual, a São Paulo das duas primeiras décadas do novo século. Mas também poderia ser a descrição da São Paulo dos anos 50.
O livro que usamos de referência para este texto é o “Isto é São Paulo”, 3ª edição, das Edições Melhoramentos. O destaque fica pelos “104 flagrantes da Capital Bandeirante”. A publicação não tem muito texto, mas o que foi escrito, merece destaque. Tanto pelo tom de a capital do progresso, quanto pelo orgulho em derrubar antigos edifícios para a construção de novos.
Uma coisa importante: esse livro teve outras edições. Eu tenho o de 1954, que nada mais é do que a reedição deste com um prefácio e o selo da comemoração do IV Centenário, época fértil de publicações sobre a nossa São Paulo. Começo esse resgate com uma parte da introdução, que diz o seguinte:
“Situado em um planalto de cêrca de 800 metros de altura, levanta São Paulo as fachadas visionárias de seus gigantescos edifícios para os céus brasileiros. Conquanto as suas construções apresentem, de um modo geral, os traços característicos da arte arquitetônica moderna, a capital paulista apresenta construções tipicamente brasileiras.
Neste sentido, já se fala em uma arquitetura caracteristicamente nacional. Graças à incansável e inexcedível operosidade de seus filhos, ela se transformou, dentro de poucos anos, no maior centro industrial da América Latina. O forasteiro que visita São Paulo pela primeira vez ou dela estêve ausente por alguns anos, fica empolgado diante do que “surgiu” e “está em formação.
Como fenômeno curioso, ainda coexistem, em pitorescos contrastes, “o pequeno ao lado do grande”, “o velho ao lado do novo”, sendo, assim, difícil fazer-se, à primeira vista, uma ideia perfeita das verdadeiras proporções do desenvolvimento da cidade.
Por tôda parte, porém, vê-se refletir a eloquente linguagem do alevantado ideal do povo paulistano: “Trabalhar para progredir!”. Mãos ativas e criadoras trabalham febril e incessantemente para completar a grande obra.
Ontem ontem haviam andaimes e tapumes a encobrir a vista, erguem-se hoje imponentes frontarias enfileirando centenas de alegres e reluzentes janelas. As casas e ruas dos tempos antigos não conseguem deter o vertiginoso ritmo progressista de São Paulo”.”
Há mais no prefácio e nas legendas deste livro. O tom é sempre o mesmo: o orgulho de uma cidade que se reinventa. Que se constrói, se destrói e continua a se reconstruir.
Na época, a derrubada de prédios antigos, era comemorada. Hoje sofremos e padecemos de saudade de vários deles, como é o caso dos famosos edifícios do Conde Prates, que deixavam o Centro de São Paulo, lindo.
Sem mais delongas, vamos mostrar algumas fotos que ilustram a publicação. Todas as fotos são do fim dos anos 40 até 1951, já que o livro é de 1952. Se alguém souber datas exatas, pode comentar!
tenho 82 anos , e sinto muita saudades dos anos idos
Tenho 53 anos. Me lembro com carinho de meu pai quando de mãos dadas me levava para passear no centro. O lugar que me impressionava por suas lojas era a galeria Nova Barão, que até o fim dos anos oitenta mantinha parte outrora de sua característica. Acabou o glamour das relojoarias, joalherias, eletrônicos da época, lojas de importados, perfumes e roupas masculinas na qual compravamos e o alfaiate fazia os ajustes para posterior retirada. Deram espaço para a pirataria, shopping centers e artigos de gosto duvidoso.
Olá Geraldo muito prazer tenho 48 mas tenho muita curiosidade de SP antiga da década que meu pai nasceu até meados dos anos 80!! Se me permite um pergunta, com sua idade vc com ccerteza conheceu a loja A Infantil. to com essa foto e gostaria de saber que lugar é!
Boa tarde, gostaria que vcs colocassem onde é cada foto.