Um dos mais brilhantes médicos brasileiros foi Emilio Ribas, nascido em Pindamonhangaba no dia 11 de abril de 1862.
O futuro médico começou seus estudos em sua cidade natal e mudou-se para o Rio de Janeiro onde cursou a faculdade de medicina da Universidade do Brasil. Acabou formando-se com honrarias e mérito no ano de 1887.
Após a conclusão do curso de Medicina, Ribas dedicou-se à área de clínico geral e, após casar, foi morar no interior de São Paulo, primeiro em Santa Rita do Passa a Quatro e depois na cidade de Tatuí. Em 1895, ele foi nomeado inspetor sanitário e iniciou seu trabalho em São Paulo.
Com essa função, ele foi o responsável por combater grandes epidemias no interior do estado. Um ano depois, em 1896, graças ao seu grande trabalho, Ribas foi nomeado diretor do Serviço Sanitário de São Paulo e, graças ao seu grande esforço, ele conseguiu acabar com um grande surto de febre amarela que atacou a cidade.
Na época, a doença causou muito medo na população da cidade. Acreditava-se que a enfermidade era transmitida por contato com pessoas doentes, mas através de uma curiosa experiência feita por Ribas em 1903, ele conseguiu provar o contrário.
Acreditando que o problema fosse a picada de mosquitos, Ribas se trancou em uma sala com alguns voluntários e deixou que os mosquitos contaminados o picassem. Ao mesmo tempo, em outra sala, fez voluntários dormirem vestindo camisas de doentes de febre amarela sujas de urina e vômito.
Dessa maneira, ele conseguiu provar que a doença não se adquire por contato direto com pessoas doentes. Felizmente, ele ficou apenas algumas semanas de cama e se restabeleceu.
Para corroborar sua teoria da transmissão da doença através da picada do mosquito, Ribas foi para Cuba acompanhar os estudos dos médicos Walter Reed e Carlos Finley.
Após concluir e reunir provas mais do que suficientes para o veredicto, ele voltou ao Brasil e defendeu com afinco sua tese de que o mosquito deveria ser combatido e não os doentes isolados.
A partir de então, o famoso Hospital de Isolamento de doenças contagiosas de São Paulo passou a se chamar Hospital Emilio Ribas, em 1932, e se tornou o maior centro de infectologia da América Latina. As ações sanitárias de Emílio Ribas no combate à febre amarela, em São Paulo, ocorreram simultaneamente às campanhas de Oswaldo Cruz contra a doença, no Rio de Janeiro.
Sua gestão à frente do Instituto Sanitário durou quase 20 anos e, durante esse longo período, Ribas foi o responsável por exterminar a grande quantidade de viveiros do famoso aedes aegypti, que também é o transmissor da dengue. Seu trabalho foi tão bem feito que no ano de 1904, ele conseguiu reduzir a febre amarela a apenas dois casos em todo o estado de São Paulo.
Entre os anos de 1908 e 1909, Ribas fez diversas viagens para estudos e para a realização de conferências por toda a Europa e pelos Estados Unidos. O médico ainda atuaria, como sanitarista, no combate a outras doenças como peste bubônica, tuberculose e a lepra.
Durante seus últimos anos de vida ele criou um asilo especializado para hansenianos, próximo a cidade de São Paulo, que visitava três vezes por semana.
Em 1922 fez sua última conferência no centro acadêmico da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo. Três anos depois, faleceu, aos 63 anos de idade.
Curiosidades sobre o Hospital do Isolamento, mais tarde conhecido como Emilio Ribas
– Foi o primeiro hospital público da cidade de São Paulo e foi construído com dinheiro doado pela população da cidade;
– Quando o hospital foi inaugurado, no ano de 1880, a cidade tinha apenas 50 mil habitantes;
– Sua concepção seguiu modernos conceitos de arquitetura da época, favorecendo a circulação de ar para ajudar a dissipar os miasmas (eflúvios maléficos que, acreditava-se, causavam as doenças);
– O terreno original do Emílio Ribas hoje abriga também prédios como o da Faculdade de Medicina da USP, o InCor, o Hospital das Clínicas e a Secretaria Estadual de Saúde;
– Até 1894, o hospital abria só em épocas de epidemias.
– A instituição foi sede de uma das mais importantes descobertas médicas do país: a confirmação, pelos pesquisadores Emílio Ribas e Adolfo Lutz, do mosquito como vetor de transmissão da febre amarela. Nos testes, os dois se deixaram picar várias vezes por mosquitos infectados;
– Apesar de dar nome ao instituto, Emílio Ribas nunca foi diretor de lá;
– O hospital chegou a ter um cemitério próprio, localizado onde hoje fica a Faculdade de Medicina da USP. Os corpos eram colocados em um caixão hermeticamente fechado e sepultados a no mínimo 2,2 metros de profundidade;
– Emílio Ribas foi crucial em todos os surtos e epidemias da cidade: varíola, difteria, febre tifoide, peste bubônica, gripe espanhola, sarampo, meningite, difteria e escarlatina foram algumas das doenças atendidas;
– A Casa Rosada, do fim do século 19, foi feita para pacientes membros da aristocracia cafeeira. Tombada, preserva piso e telhas importadas de Marselha, gradis da Inglaterra e escadas em mármore de Carrara, além de objetos históricos;
– O hospital foi um dos primeiros a ter enfermeiras não religiosas, geralmente trazidas de outros países. Elas ajudaram na profissionalização da enfermagem na cidade;
– Na Revolução Tenentista, de 1924, o hospital tratou os feridos e serviu de abrigo para funcionários que moravam em bairros operários bombardeados. O porteiro foi morto por soldados em uma trincheira;
– Até o fim dos anos 60, o hospital manteve uma horta com mais de 2.000 m², onde se plantavam legumes e verduras para consumo interno;
– O primeiro paciente com Aids do Brasil, identificado em 1982, foi internado no Emilio Ribas. Na época, muitos soropositivos que chegavam ao instituto vinham de hospitais que se recusavam a tratá-los;
– Desde 2000, o hospital tem um Núcleo de Medicina do Viajante, que orienta sobre prevenção de doenças em viagens.
Importante informação de utilidade pública. Continue nesse mesmo intento de informar e dá dicas de saúde.
Emílio ribas foi um grande homem humanista um médico exemplar
Foi lá no hospital Emílio Ribas
Que eu fui curado da minigite a pior que tem
Que o senhor Deus todo poderoso abençoe grandemente toda aquela equipe médica que cuidou de mim
Com muito amor e muito carinho
No dia 02/05/2008
É hoje,nosso corpo clínico que abre mão de tudo para atender os pacientes neste Instituto que é a nossa alma, vem à população pedir apoio para o não desmanche deste hospital que salvou, salva e salvará a população nas epidemias , endemias, sempre oferecendo tratamento digno de hospital particular a cada um de seus doentes, mesmo com.os parcos recursos que nos são repassados.
Mas, sem remédios,sem material , estamos de mais atadas…
Parabéns a toda equipe médica.