A cidade de São Paulo conta com um dos maiores aeroportos do país. Mas sua história não é recente e ele foi construído para substituir o saturado Campo de Marte, inaugurado em 1920. O Aeroporto de Congonhas foi inaugurado oficialmente no dia 12 de abril de 1936, mas começou a funcionar dois anos antes,de maneira provisória, devido a uma enchente que levou ao fechamento do Aeroporto Campo de Marte por quatro meses.
Seu nome é uma homenagem ao Visconde de Congonhas do Campo, Lucas Antônio Monteiro de Barros (1823-1851).O Visconde foi o primeiro governante da Província de São Paulo após a Independência do Brasil (1822) e o nome “Congonhas” vem de um tipo de erva-mate comum na região de Congonhas do Campo (MG), cidade natal de Monteiro de Barros.
Até sua fundação, a aviação não era um segmento muito levado a sério na metrópole. O único aeroporto existente tinha uma estrutura pequena e a aviação civil era uma ousadia dedicada aos paulistas mais aventureiros.
A construção do Aeroporto de Congonhas foi fruto de uma necessidade da cidade. O Campo de Marte sofria muito com os alagamentos advindos do Rio Tietê e sua estrutura não era boa o suficiente para abrigar as inovações que começavam a surgir.
Devido a esse tipo de acontecimento, a prefeitura começou a estudar alternativas para a construção de um novo aeroporto e a escolha ficou por conta da Vila Congonhas, um local ermo e afastado da cidade que tinha um milhão de habitantes. O local era considerado confortável e seguro para a prática da aviação.
Com a chegada dos anos 40 e uma significativa mudança de administração, o aeroporto começou a se desenvolver. Foi firmado um contrato do Estado com o Departamento de Aviação Civil (DAC), que dava ao poder público a concessão para explorar o aeroporto durante 25 anos. Com isso, veio a primeira reforma, que ampliou para 1,6 milhão de metros quadrados a área útil do local, praticamente o dobro do tamanho inicial de Congonhas.
Confere um especial que fizemos só com as melhores fotos do aeroporto!
Os resultados dessa obra começaram a chegar a partir dos anos 50. Com a chegada dessa década, Congonhas já era o aeroporto mais movimentado do País e um dos mais movimentados do mundo.
No ano de 1951, a imprensa publicava artigos entusiasmados dando conta da consolidação do transporte aéreo a partir dos dados divulgados pela Aeronáutica: 35.610 aterragens e 35.651 decolagens, além de um movimento de cerca de 1 milhão de passageiros, quase a metade da população da capital paulista.
A revista Manchete, uma das principais publicações da época, destacava o papel do aeroporto como ponto de encontro não só de políticos em trânsito como Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves, como de todo tipo de pessoas, desde astros de Hollywood, como Marlene Dietrich, a seringueiros do Amazonas, da rainha Elizabeth da Inglaterra e, anos depois, os reis nacionais: Pelé, do futebol, e Roberto Carlos, da música.
Em seu número de maio de 1955, a revista registrava não só o aumento do movimento do aeroporto “que passou de 68 mil pessoas em 1943 para 1 milhão e 20 mil, em 1954” como um certo perfil de shopping ou de local de lazer. Surgiram ali o engraxate, barbeiro, florista, empresa de turismo, telégrafo nacional, radiotelegrafia internacional, pronto-socorro médico e enfermaria, agência bancária e, no último andar, um salão de festas com restaurante e palco com camarins de luxo.
Em 1957, Congonhas ocupava o terceiro lugar entre os maiores aeroportos do mundo em volume de carga aérea, ficando atrás apenas dos de Londres e Paris. Devido a isso, na época foram realizados estudos para a implantação de um novo aeroporto em São Paulo e alterações no terminal de passageiros do aeroporto paulistano.
Desses estudos, se originaram o Aeroporto Internacional de Viracopos/Campinas (SP), a ampliação da ala norte de Congonhas, abrigando as salas de embarque e desembarque internacional e uma reforma para a pista principal. Na década de 60, Congonhas passou por outras alterações: em 1968, foi criada a Comissão Coordenadora do Projeto Aeroporto Internacional (CCPAI) pelo Ministério da Aeronáutica, que viabilizou mudanças, em especial para a ala internacional do terminal de passageiros.
Uma das mais emblemáticas foi a troca de piso em granilite da ala internacional por quadrados em placa de granito preto e mármore branco. O piso, existente até hoje, se incorporou ao prédio de tal forma que passou a fazer parte da identidade visual do aeroporto.
Pioneiro, o Aeroporto de Congonhas teve o primeiro equipamento de radar utilizado pela aviação civil na America Latina, e que foi inaugurado em 1962. O objetivo era o de oferecer maior precisão ao controle de tráfego aéreo – uma evolução, para o pouso sob céu encoberto. Nos anos 70, o glamour começou a declinar e aumentaram as reclamações do barulho excessivo dos aviões.
O aeroporto já não estava mais distante da cidade, mas no meio dela, entre bairros populosos. A partir de 1.º de março de 1976, seguindo portaria do Departamento de Aviação Civil, o funcionamento do aeroporto passou a ser restrito ao horário que vigora até hoje, entre 6 e 23 horas.
Os anos 80 chegaram e novas mudanças ocorreram no aeroporto. A mais significativa delas foi a alteração na parte administrativa. Saiu o governo do Estado (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo – Daesp) e entrou a Infraero, empresa ligada ao Ministério da Aeronáutica. Em 1986, com a inauguração do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, absorvendo quase a totalidade dos vôos domésticos, Congonhas ficou às moscas. O aeroporto perdeu 50% no volume de passageiros e 30% no de aeronaves.
Desolados, os lojistas planejaram transformá-lo em shopping center, plano vetado pela Infraero, uma decisão inteligente. Com o passar do tempo, o movimento foi crescendo novamente graças às empresas regionais como TAM e Rio-Sul, operando com jatos menores, e pelas empresas de táxi aéreo.
Quando completou 60 anos de vida, em 1996, o cenário já era de plena recuperação econômica, com o aeroporto tendo registrado um ano antes, em 1995, o maior número de pousos e decolagens da América Latina.
Um novo projeto de ampliação no valor de US$ 150 milhões (R$ 300 milhões) começou a ser elaborado, prevendo a construção de um shopping center, um novo terminal de passageiros, dois edifícios-garagem e um hotel.
Festa de um lado, tragédia de outro.
Neste mesmo ano de seu sexagenário, Congonhas registrou uma das maiores tragédias da aviação brasileira, com a queda do Fokker 100 da TAM em 31 de outubro, que caiu apenas 65 segundos após decolar rumo ao Rio, matando 99 pessoas.
Contudo, o aeroporto continuou a crescer. Em 2003, concluída a primeira etapa da reforma do terminal de passageiros do aeroporto, a Infraero contabilizou um aumento de 50% no número de passageiros, que passou de 12 para 18 milhões por ano.
Anos mais tarde, em 2007, outra tragédia mancharia a bela história do aeroporto: a queda do Airbus da TAM em 17 de julho de 2007, com número de vítimas estimado, no dia seguinte da tragédia, em mais de 200 pessoas.
Essa tragédia obrigou o governo a tomar algumas atitudes, como a proibição que o aeroporto fosse usado para escalas e conexões.
Tal norma vigorou até 6 de março de 2008. Durante esse período, Congonhas deixou de ser um aeroporto de distribuição de voos (hub), e funcionou somente como terminal de operação direta. A intenção do governo era que os vôos retirados de Congonhas fossem transferidos para os Aeroportos Internacional de São Paulo (Cumbica), em Guarulhos, Viracopos, em Campinas, Jundiaí (aviação executiva) e São José dos Campos.
Em 2013, foi inaugurada uma nova torre de controle no aeroporto. Com custo de 14,5 milhões de reais, ela transmitirá mais segurança para o pouso e decolagem dos aviões que por ali circulam durante todos os dias.
O matéria em negrito????
Não. A matéria está 100% normal, peço a gentileza de verificar o navegador ou celular.
Abraços!
Em que ano foi aplicado o piso do saguão do aeroporto (foto no texto)? Trata-se de um porcelanato fabricado pela antiga Cerâmica São Caetano S/A.
Foi aplicado em 1968 em granito preto e mármore branco.
Referência:
É por isso que há o bairro Cerâmica em SCS?
Área comparada , de Dolor Bernardino do Carmo , para construção do aeroporto ..
O governo na época , procurava uma área , para a construção do aeroporto de SP , e o Sr. Dolor B. do Carmo , talvez por ter sido um oficial da guarda do governo , e ter acesso ao meio , se propôs a oferecer essa área , de onde se originou , o aeroporto de congonhas , por isso , foi declarado , uma indemnização especial , como cita no registro oficial do governo …, e não só o aeroporto , como também , propôs uma área , onde foi contraída uma represa do alto Tietê , adutora do rio claro , sabesp..
Historia mal contada. Devido as enormes e constantes enchentes do rio Tiete, fazendo com que a Vasp, que operava no Campo de Marte ficasse inoperante por três meses, assim, devido aos grandes estragos e a incerteza das operações aéreas decidiu-se escolher um outro lugar que fosse alto e descampado. Inicialmente tal aeroporto era apenas designado como Campo da Vasp e somente mais tarde, com a construção do terminal de passageiros e melhores instalações, viria a receber o nome de Aeroporto de Congonhas.
A área que foi construído o aeroporto da capital de SP “Congonha” década de 30 , quando ainda era um campo de aviação , dentro dos padrões necessários da época , foi de um oficial da Guarda do palácio do governo do estado de SP , chamado Dolor Bernardino do Carmo , e não da forma que contam . A construtora apenas construiu , e apagou da história , os verdadeiros fatos..
O texto cita que a revista Manchete fazia referência em meados dos anos 50 que grandes celebridades faziam uso do transporte aéreo em Congonhas, como Pelé e Roberto Carlos. Só que este dois, à época eram adolescentes, sem ainda qualquer projeção que ainda viriam a ter. Falha grave de revisão.
Pelo que vejo a origem do aeroporto de Congonhas , está mais baseada em pontos de vista dos outros , do que pelos fatos reais.. falam do surgimento mas esquecem do proprietário da área , que cedeu a Luiz Romero Sanson “Proprietário da Auto Estada” a permissão de construírem a primeira pista do aeroporto da capital de São Paulo …
Na verdade , a história real desse aeroporto , desde a época do nascimento como um campo de aviação da VASP em 14 de abri de 1936 , administrado e construído pela empresa de pavimentação Auto Estrada , que prestava serviços para a cidade de São Paulo foi desviada , devido aos desentendimentos políticos que houveram na época , o que nos contam , não é a história , e sim os acordos políticos , e no local eram chácaras , isso foi dito , no próprio depoimento de Jean Sanson “Miss Din” filha do construtor do aeroporto , e proprietário da empresa Auto Estrada , em uma entrevista feita em 2007 , que o pai dela , o engenheiro britânico Luiz Romero Sanson , ficou dias tentando convencer o proprietário , o Sr. Dolor Bernardino do Carmo , um oficial da guarda nacional do palácio dos Campos Elísios a permitir , a construção da primeira pista do aeroporto da capital , em sua propriedade.. Em 1938 , aeroporto foi ampliado numa área que pertenceu ao Sr. Antônio Cantarella , formando então o aeroporto de Congonhas … Na década de XX , já com os bairros de Campo Belo e Jabaquara já formados , houve um aumento de pista , com a desapropriação de residências , independente da sua história de origem …
Pra quem gosta de história, lá vai rsrs..
Em 1936, pela primeira vez um aeroplano partiu de São Paulo com destino à cidade do Rio de Janeiro e a cidade ganhou um novo aeroporto na região da Vila Congonhas, no Campo Belo. O nome Aeroporto de Congonhas foi uma homenagem ao Visconde de Congonhas do Campo, Lucas Antônio Monteiro de Barros, primeiro governante da Província de São Paulo após a Independência do Brasil. A área do aeroporto , foi uma permissão do Sr. Dolor Bernardino do Carmo , um oficial da Guarda Nacional do palácio do governo do estado de SP de Campos Elíseos de 1910 , que cedeu e permitiu que Louis Romero Sanson “prop. da Auto Estrada” construísse a primeira pista do Aeroporto da Capital de São Paulo em sua propriedade , foi construído com uma arquitetura inspirada no estilo art déco, obra de Ernani do Val Penteado e Raymond A. Jehlen. O prédio e os elementos internos – mobiliário, revestimentos, portas, forros; obras artísticas e até um hangar – são tombados pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – Conpresp.
Lembrando que o aeroporto chegou bem primeiro , a especulação imobiliária veio bem depois sem limites e leis, e mesmo assim os poucos acidentes que houveram foram de falhas mecânicas e não do aeroporto e localização, e se compararmos com os acidentes que ocorrem diariamente com pessoas que moram ao redor de grande rodovias, Congonhas é muito mais seguro em qualquer aspecto , agora o incômodo pessoal que causa pra certas pessoas , é normal em qualquer aeroporto do mundo rs o jeito é procurar um outro bairro para se morar , mas que ele é um marco histórico da cidade de São Paulo não tenham dúvidas