Texto originalmente publicado em 5 de janeiro de 2015 e atualizado em 5 de agosto de 2022.
Todo mundo que anda pelo Centro de São Paulo já passou pelo monumento mais antigo da cidade. É sério, dá para falar literalmente: TODO MUNDO. Apesar de estar bem à vista de todos, perto da Estação Anhangabaú da Linha 3 – Vermelha e do Terminal Bandeira, o obelisco é praticamente ignorado. Já dei uma dica aqui de onde ele está…
O local é conhecido como Largo da Memória e, no começo do século XIX, o local ficava no começo da rua da Palha (atual Rua 7 de abril). O espaço era um ponto de reunião para os moradores de São Paulo e um dos caminhos para os viajantes que, muitas vezes, paravam para encher seus cantis de água.
Em agosto de 1814 o poder público encarregou o engenheiro Daniel Pedro Müller de estabelecer um plano e trabalhar para construir a Estrada dos Piques, facilitando a comunicação de São Paulo e o interior do estado.
Enquanto desenvolvia esse plano, Müller propôs a formação de um largo que surgiria através do alargamento das ladeiras dos Piques e da Palha, além de prever a construção de um chafariz, tudo isso complementado por um obelisco “à memória do zelo do bem público”, como dizia o projeto.
O largo, que com o tempo ficou conhecido como Largo da Memória, ficava nos limites da chamada “cidade nova”, do outro lado do Ribeirão do Anhangabaú. Pelo novo chafariz, os moradores da região podiam se abastecer de água potável e os animais conseguiam se refazer e descansar por ali.
O monumento mais antigo
O monumento mais antigo está no centro do Largo da Memória. Erguido em pedra de cantaria pelo mestre pedreiro Vicente Gomes Pereira, o obelisco surgiu, inicialmente, de uma bacia de alvenaria com grandes de ferro que servia como um reservatório para a água que vinha do Tanque Reúno, atual Praça da Bandeira, formado pelo represamento do Córrego Saracura.
Em 1872, o chafariz foi retirado do largo. É datada dessa época a “transferência” da “porta de entrada da cidade” do Anhangabaú para a Luz, graças à chegada das estradas de ferro.
Anos mais tarde, em 1919, durante as preparações para a comemoração do Centenário da Independência, o arquiteto Victor Dubugras e o artista plástico José Wasth Rodrigues elaboraram um projeto de reforma do largo da Memória, dotando-o de um novo chafariz e de um pórtico com azulejos, exibindo uma cena do antigo largo.
Além disso, escadarias em pedra e azulejos decorativos com o brasão da cidade, escolhido por concurso público, vencido pela parceria Guilherme de Almeida e Wasth Rodrigues em 1917, foram colocados no local.
O largo foi protegido no começo da década de 1970 pelo município (Z8-200-083), tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) em 1975, no início da construção do Metrô Anhangabaú, e tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) em 1991.
Em 2014 a Prefeitura entregou o Obelisco totalmente restaurado na data em que o mesmo completou 200 anos de existência.
Referências: http://www.saopaulo.sp.leg.br/memoria/especial/largo-da-memoria/
https://acervo.estadao.com.br/noticias/lugares,largo-da-memoria,11720,0.htm
achei bom. quero mais sobra São Paulo. Sou Paulistano, preciso saber sobre minha cidade .
Aproveite o máximo o nosso acervo de informações então.
Seja bem vindo à SP In Foco!
No inicio do anos 90, fui office boy, e andei muito por aquela região.
Adorava subir aquelas escadarias (nunca gostei de pegar as escadas rolantes do metrô).
Infelizmente na época o cheiro de mijo forte e a presença de maus elementos, não permitiram perceber o obelisco.
Parabéns pelo belo e importante trabalho, revivendo nossa cidade.
Por algum tempo serviu de ponto de encontro entre mercadores e compradores de escravos. Nos anos 1972/3 desci a Ladeira da Memória todos os dias, de segunda a sexta-feiras. Neste tempo trabalhei na Light. Naquela época, o edifício sede, situado na rua Cel. Xavier de Toledo, 23, ja estava lotado. Por esta razão, a Light alugava o prédio situado na rua Formosa, 51, onde eu trabalhava. Após as desapropriações causadas pelas obras da estação Anhangabaú, este foi o primeiro prédio da rua Formosa a não ser demolido, estando até hoje presente na paisagem, com grafite em sua lateral esquerda. Bons tempos de juventude .
O centro da cidade assim como todo patrimônio histórico e cultural da cidade de São Paulo correm sérios riscos devido ao abandono e vandalismo que a cidade vivência.
Passei por la recentemente e infelizmente o que vi me entristeceu. Gradil danificados , obelisco com pixação e sem a presença do poder público para garantir a integridade do lugar é do cidadão