A preocupação em manter áreas verdes, dentro da cidade, para o aproveitamento da população é uma atitude mais antiga do que se pode imaginar.
O Parque Buenos Aires, por exemplo, tem sua trajetória iniciada em 1912, sob a prefeitura de Raymundo da Silva Duprat, que desapropriou a região na área central da cidade a chamada Praça Higienópolis. O Barão de Duprat acreditava que, dessa forma, as pessoas que viviam nos arredores da praça teriam um bom lugar para passear, conversar e ter algum lazer com a família. Além disso, ele acreditava que criar uma praça na região poderia ajudar a preservar a vista sobre o Vale do Anhangabaú
Em setembro de 1913, entretanto, a praça mudou de nome, sendo chamada, até hoje, de Praça Buenos Aires em homenagem à capital argentina. No ano de 1916, já sob a batuta de Washington Luís, as obras para o embelezamento do logradouro foram concluídas sob os olhos do famoso francês Bouvard e o espaço completo foi entregue à população de São Paulo, recheado de espelhos d’água, esculturas e outros elementos.
A denominação “Parque Buenos Aires” só viria a ser adotada no dia 2 de dezembro de 1987, sob a administração de Jânio Quadros. Localizado em uma região com grande fluxo de automóveis e cercado por prédios, o parque se transformou em uma espécie de “oásis” em meio à vida agitada da cidade.
A Fauna, Flora e Curiosidades do Parque
No projeto inicial da então Praça, a ideia era ter uma elevação central com um mirante, onde foi instalado um telescópio e um espelho d’água. Com relação a arte do lugar, esculturas como “Veado Atacado” e “Leão Atacado”, vindas da França e esculpidas em bronze, e “Mãe” de Caetano Fraccaroli, esculpida num só bloco de mármore (1964), fazem parte do acervo do local.
Além delas, “O Tango”, de Roberto Vivas, em bronze e granito (1996) e uma cópia em bronze da escultura “Emigrantes”, de Lasar Segall, também estão entre os atrativos do Parque. Não é incomum, também, encontrar várias espécies de aves, como: tico-tico, sabiá-laranjeira, sanhaçu-cinzento, sanhaçu-do-coqueiro, periquito-rico, rolinha e pardal.
Na copa das árvores é possível observar a rabilonga alma-de-gato, o belo pica-pau-de-cabeça-amarela ou joão-velho e a algazarra de casais de bem-te-vizinho-de-penacho-vermelho. Também aparecem animais terrestres, como os gambás-de-orelha-preta.
Possui vegetação composta por áreas ajardinadas, alamedas e gramados. Destacam-se canelinha-cheirosa, embaúba-branca, falsa-seringueira, ipê-amarelo, jequitibá-rosa, pau-incenso, pinheiro-bravo, quaresmeira e seafórtia.
Foram registradas 73 espécies, das quais o pau-brasil, a peroba e o pinheiro-do-paraná estão ameaçados. O parque ocupa área de 25 mil m² no entorno da ruas Piauí, Sergipe, Alagoas, Bahia e Avenida Angélica, em Higienópolis e fica aberto, diariamente, das 6h às 19h.