Um dos pontos mais fotografados e lembrados da nossa história é, sem dúvida, o Viaduto Santa Ifigênia. A concepção desse viaduto, inclusive, passa por outro monumento importante da nossa história, o famoso e pioneiro Viaduto do Chá.

Essa via, que foi concebida para melhorar a travessia do Vale do Anhangabaú e impulsionar o crescimento da cidade no sentido oeste, foi a base para a ideia do Santa Ifigênia. No começo do século XX a metrópole já dava sinais de que precisava de mais alternativas de mobilidade e deslocamento.

Viaduto Sta Ifigenia em direção a igreja e mosteiro de São Bento, por volta de 1915

O crescimento da população já era significativo e o poder público passou a pensar em uma alternativa para fazer a ligação entre os largos São Bento e Santa Ifigênia, para poupar os bondes da subida íngreme da ladeira de São João e comunicando o Centro com a Luz e a Santa Ifigênia, regiões que estavam em desenvolvimento graças à proximidade com a Estação da Luz.

A primeira tentativa de criar uma via que fizesse essa ligação é datada de 1890, segundo documentos da Assembleia Legislativa de São Paulo. Naquele ano, Francisco da Cunha Bueno e Jayme Serra conseguiram uma licença do Conselho de Intendentes, entidade pública de grande poder na época, para construir o viaduto. Entretanto, mesmo com a licença em mãos, a obra não foi para frente e o contrato acabou cancelado.

Pouco tempo depois, em 1893, a Câmara Municipal acabou autorizando a desapropriação do terreno entre o Mosteiro de São Bento e a Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviais, visando a construção do viaduto. Por diversos problemas jurídicos, o projeto acabou sendo suspenso novamente, mas o primeiro passo para o Santa Ifigênia fora dado.

A Construção

Após bastante tempo, 15 anos para ser exato, em 1908, a prefeitura de São Paulo conseguiu um financiamento de 700 mil libras junto ao governo da Inglaterra para construir o viaduto. A conquista desse financiamento para uma obra desse tipo, por assim dizer, foi um fato pioneiro no Brasil. A curiosidade não tão legal é a de que a última parcela do viaduto só foi quitada nos anos 70.

O viaduto foi projetado pelo escritório Micheli e Chiappori e foi inaugurado em 26 de julho de 1913 pelo então prefeito Raymundo Duprat. Sua estrutura metálica tem 225 metros de extensão e três arcos. As grades do guarda-corpo são em ferro forjado, em estilo Art Nouveau.

Vale a curiosidade de que as peças que compõem o estilo art noveau do viaduto, vieram da “Société Anonyme des Aciéries d’Angleur” (Tilleur, Bélgica), perfuradas e moldadas e bastava monta-las.

A via de trânsito foi pavimentada com blocos de granito (paralelepípedos) e incluía trilhos para bondes elétricos. Com a construção do Viaduto Santa Ifigênia, o largo transformou-se e vários edifícios surgiram no seu entorno.

Referências: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/07/26/viaduto-santa-ifigenia-faz-106-anos-com-problemas-de-conservacao-e-rachaduras.ghtml

http://www.belgianclub.com.br/pt-br/heritage/viaduto-santa-ifig%C3%AAnia-s%C3%A3o-paulo

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