A Praça da República representa o que foi a expansão e o crescimento da cidade de São Paulo nos últimos séculos. Os primeiros registros do terreno datam do século XVIII, quando ainda era apenas um terreno do tenente José Arouche de Toledo Rendon.
Na época, o espaço era utilizado para treinamentos militares, tanto que era conhecida como a Praça das Milícias. Porém, esse não foi o único nome da local.
A praça também já se chamou Largo dos Curros, porque era um grande pasto para os animais, além de abrigar pequenos eventos, como touradas e cavalgadas. É difícil imaginar que um terreno tão central da cidade já foi utilizado para esse fim. Seja Largo dos Curros, Praça das Milícias, Largo da Palha (por ser próximo à Rua da Palha) ou Largo 7 de abril (em homenagem à renúncia de D. Pedro I), a praça cresceu e se tornou referência da cidade.
Em 1889, após a Proclamação da República, em 15 de novembro daquele ano, decidiram homenagear o feito. Primeiro, alcunharam o local como Praça 15 de novembro, porém uma rua já tinha esse nome e mudaram, chegando então ao nome atual: Praça da República. A modernização da região começou por volta de 1892, com a construção do Viaduto do Chá, que ligava o chamado “Centro Velho” com o “Centro Novo”. Essa obra ajudou na ocupação dos arredores da Praça.
Em 1894, a Praça da República recebeu o prédio da Escola Normal Caetano de Campos, edifício projetado por Antônio Francisco de Paula Souza e Ramos Azevedo. A obra, uma das referências da praça, foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), no ano de 1978. Atualmente, esse é o prédio da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo. Em 1905, a praça passou por uma grande reforma e ficou mais parecida com a dos dias atuais, com a construção de lagos e pontes, inspirada em praças europeias.
A praça foi o palco de diversos protestos da Revolução Constitucionalista de 1932, movimento contra o governo do presidente Getúlio Vargas. Foi nos arredores da praça que, no dia 23 de maio daquele ano, assassinaram os jovens Mario Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Camargo de Andrade em frente à sede do Partido Popular Paulista, na Rua Barão de Itapetininga, que sai em uma das esquinas da praça. Após a morte desses quatro estudantes, surgiu o movimento M.M.D.C. (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo), que foi um dos marcos desta revolução. A Revolução de 1932 foi apenas um dos marcos da praça. Passados mais de 50 anos, a Praça da República recebeu as manifestações das “Diretas Já!”, em 1984.
Na década de 1940, a Praça da República era ponto de encontro para colecionadores e cambistas, embrião do que é hoje a Feira de Artesanato da Praça da República (que data da década de 1960, já regularizada pelas autoridades).
No final dos anos 1970 e começo dos anos 1980 começou a construção da estação de Metrô. A Estação República foi inaugurada em 1982, abrigando inicialmente a linha vermelha, chamada de “Linha leste-oeste” na época. Hoje, além de abrigar a Linha 3 – vermelha, recebe também a Linha 4 – amarela, sendo a República uma das 10 estações mais movimentadas da cidade em 2013, com a média de 158 mil passageiros por dia útil, a terceira estação mais usada pelos usuários do Metrô.
A Praça da República é um dos símbolos da cidade de São Paulo. Sua modernização acompanhou cada passo da evolução da metrópole. Hoje, é um dos principais pontos da cidade de São Paulo. Ela fica em uma região em que há diversos pontos turísticos da cidade: a Avenida Ipiranga, a Avenida São João, o Edifício Itália, o Edifício Eifel, entre outros locais. Todo paulistano já passou – ou deveria passar – pela Praça da República.