Já faz algum tempo que falamos sobre um dos mais importantes engenheiros da nossa história. Prestes Maia foi o responsável pelo polêmico Plano de Avenidas, mas também, foi um importante prefeito, o vigésimo segundo, da nossa história.
Nascido em Amparo, no ano de 1896, Francisco Prestes Maia foi engenheiro civil, arquiteto e urbanista. Formado pela Poli, em 1917, ele começou suas atividades em um escritório de construção e negócios imobiliários.
No ano seguinte, 1918, foi nomeado engenheiro da Secretaria de Viação e Obras Públicas, tornando-se, depois, diretor de Obras Públicas. Na administração municipal, Prestes Maia desenvolveu estudos sobre o sistema viário e o sistema de transportes de São Paulo, tudo isso baseado no projeto do Perímetro de Irradiação, de autoria de Ulhôa Cintra, em 1924.
Em 1927, ele foi efetivado como docente da Poli e, dez anos depois, foi obrigado a abandonar a docência devido a proibição de acúmulo de cargos públicos. No ano de 1930, ele apresentou o projeto mais famoso de sua vida: o Plano de Avenidas, que acabou premiado no 4° Congresso Pan-Americano de Arquitetos no Rio de Janeiro.
Após o extremo sucesso que esse plano teve no evento, Prestes Maia, junto com alguns colegas, fundou o Instituto Paulista de Arquitetos, sendo seu vice-presidente no primeiro biênio (1930-1931). Em 1933, Maia deu sua contribuição sobre o plano do Recife, elaborado em 1932, pelo arquiteto pernambucano Nestor de Figueiredo, publicando posteriormente Os Melhoramentos do Recife.
A Nomeação Como Prefeito e o Legado De Prestes Maia
Em 1935, uma importante conquista. Ele colaborou na fundação da Sociedade Amigos da Cidade, sendo seu primeiro presidente. Dois anos mais tarde, após muitas reinvindicações dessa entidade, foi criada a Comissão do Plano da Cidade, que abriu caminho para a implantação parcial do seu Plano de Avenidas, após sua nomeação como prefeito (indicado pelo interventor Adhemar Pereira de Barros) em 1938.
Prestes Maia ficaria no cargo por sete anos e executou uma série de obras previstas no plano como: as Avenidas Nove de Julho, Vinte e Três de Maio e Radial Norte, depois renomeada para Prestes Maia.
Como a empresa não teria mais serviços a prestar para a cidade, em 1939, ele criou a Comissão de Estudos de Transportes Coletivos, que depois, graças ao Prefeito Abrahão Ribeiro, resultaria na Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos-CMTC, em 1946.
Em 1941, ainda como prefeito, foi o responsável por propor alterações no Código de Obras do Município em relação às edificações da zona central da cidade. De 1941 a 1942, fez parte da diretoria do Instituto de Engenharia e, em 1945, participou do júri de ideias para a Cidade Universitária.
Em 1946, ele acabou retornando às atividades no DOP e continou com seu escritório, elaborando diversos planos para Santos, Campos do Jordão, Campinas, Recife, entre outras cidades. Em 1950, concorreu ao governo do Estado de São Paulo pela União Democrática Nacional – UDN, ficando em último lugar.
Em 1955, participou da comissão criada pela prefeitura para estudar um sistema metropolitano de transportes coletivos e, em 1956, elaborou, em equipe, o anteprojeto para um Sistema de Transporte Rápido para a Cidade de São Paulo, cuja implantação seria vetada pela Câmara Municipal.
Em 1957, concorreu à prefeitura, indicado por Jânio Quadros, mas perde para Adhemar de Barros, que arquiva o anteprojeto do metropolitano. Em 1961, é novamente candidato à prefeitura e é eleito com o apoio do governador Carvalho Pinto (1910 – 1987). Nessa segunda gestão, 1961-1965, propõe novas medidas para sanear as finanças do município e retoma o projeto do metropolitano, criando um grupo para revisão dos projetos existentes.
Além das atividades como engenheiro junto na administração pública, Prestes Maia colaborou com as revistas Arquitetura e Construções e Investigações e foi presidente da Companhia Brasileira de Cimento Portland. O ex-prefeito viria a falecer no ano de 1965 e, hoje, Prestes Maia empresta seu nome a uma movimentada via da cidade de São Paulo.
Acredito que falta comentar o projeto criminoso que ele realizou contra os rios da cidade, fora a retificação do Tietê, acabando com sua beleza.
De fato, um projeto bem mais refinado, faria com que as marginais ficariam além dos rios, preservando ao máximo os leitos, mantendo toda flora e fauna, além de preservar todos os seus afluentes, mantendo límpidas as suas águas, seria lindo tudo isso…