A região Metropolitana de São Paulo, através da Sabesp, recebe água de várias represas e, dentre elas, da Represa Guarapiranga.
Inaugurada em 1908 e conhecida, inicialmente, por Represa Santo Amaro, a Guarapiranga tinha como função atender às necessidades de produção de energia elétrica na Usina Hidrelétrica de Parnaíba. Hoje, além de atender à Sabesp, ela também é utilizada para auxiliar no controle de cheias.
A construção da represa começou em 1906 com investimentos da Companhia Light, na época responsável pelo fornecimento de energia elétrica da cidade de São Paulo.As obras duraram quase três anos e foram supervisionadas pelo engenheiro americano M. M. Murtaugh.
A partir de 1928, com o considerável crescimento demográfico da região metropolitana de São Paulo, a Guarapiranga passou a servir como reservatório para o abastecimento de água potável. No ano seguinte foi inaugurado o Sistema de Abastecimento do Guarapiranga, o segundo em capacidade de produção de água da capital, menor apenas que o Sistema Cantareira.
A consolidação da Guarapiranga e, posteriormente, a construção e pleno funcionamento da represa Billings, foi decisiva para o desenvolvimento do importante bairro de Santo Amaro que, até então, era apenas um vilarejo autônomo nos arredores de São Paulo.
A partir dos anos 20 e 30, um crescente interesse pela ocupação das margens da represa, fez surgir loteamentos pioneiros que procuravam oferecer ao cidadão paulistano uma opção de lazer náutico. Daí o surgimento de bairros com nomes como Interlagos, Veleiros, Riviera Paulista, Rio Bonito.
O projeto de urbanização da região de Interlagos, às margens da Represa do Guarapiranga, foi implantado a partir de 1937, no empreendimento batizado com o nome de “Cidade Satélite Balneária de Interlagos”, com a área de 4 milhões de m².
A Cidade Satélite, na realidade, não chegou a ser concretizada como tal, na medida em que foi envolvida pela expansão urbana de São Paulo, bem como seus pontos de atração principal, como o autódromo e a praia.
Outros elementos que fariam parte de seu conjunto, como o hotel da praia e a igreja matriz, sequer tiveram oportunidade de se concretizar. Em 1950, teve início o processo de degradação dos espaços. Hoje, sua extensão é aproveitada para a prática de esportes, com destaque para os de vela, tendo vários clubes de iatismo no seu entorno, como o Yacht Club Santo Amaro, berço de vários campeões.
A represa é abastecida pelo rio Guarapiranga e outros rios e córregos de menor porte, abrangendo áreas dos municípios de São Paulo, Itapecerica da Serra e Embu-Guaçu. Atualmente, 750 mil famílias vivem na Bacia do Guarapiranga, sendo que uma parcela dessa população vive clandestinamente.
Para reverter este quadro, foram tomadas medidas urgentes pelo Governo do Estado na década de 90. Com a participação da Prefeitura de S.Paulo e a colaboração das Subprefeituras, foi instaurado em 1992 o Programa de Saneamento Ambiental da Bacia do Guarapiranga.
O programa procura desenvolver duas linhas de ações: Corretiva e Preventiva. A primeira visa reduzir os danos já causados á represa, e a segunda procura reorganizar o uso do solo para garantir a proteção ambiental. Para realização do Programa, órgãos engajados em questões ambientais investiram capital e o os resultados positivos compensaram os esforços. Atualmente, a represa do Guarapiranga beneficia-se da Lei Especifica da Guarapiranga, iniciativa do Governo de S. Paulo que se destina também á recuperação e proteção dos mananciais.
Exelente informativo e cultural!
João Fernandes