Segundo o jornal americano New York Times, o Sesc Pompeia é uma das 25 obras arquitetônicas mais importantes do mundo no pós-II Guerra Mundial. Na lista estão edifícios como a Casa Luis Barragán, na Cidade do México, Convento Sainte-Marie de La Tourette, na França, a Ópera de Sydney, na Austrália.
Importante dizer que, em 2016, o jornal britânico The Guardian colocou o complexo em sexto na lista das 10 melhores construções e estruturas em concreto do mundo. O conjunto arquitetônico deste espaço foi projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi na década de 70, no que era uma antiga fábrica de geladeiras e querosene e que, no começo do século, fora uma planta especializada em tambores.
O diferencial da obra foi a manutenção do espaço original da fábrica e a ressignificação do espaço industrial. Pode parecer algo banal hoje, mas na época, foi uma revolução: como um local desses, de trabalho, viraria um espaço de diversão, cultura e interação social?
O espaço tornou-se patrimônio cultural protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2015. O projeto começou a ser feito em 1977, a construção teve início em 1982 e a inauguração foi quatro anos depois, em 1986. No primeiro pavilhão, Lina fez um espelho d’água e deu o nome de Rio São Francisco em alusão a um dos mais importantes rios do Brasil.
Os dois blocos de concreto aparente são interligados por quatro níveis de passarelas que levam aos quatro ginásios poliesportivos. Aos pés do prédio, está o Deck Solarium, um espaço que lembra uma praia urbana e representa o correr do rio que corta o bairro da Pompeia. Segundo a administração do espaço, Lina Bo Bardi pensava na construção do local como uma forma de dar contraste com a presença antiga da fábrica.
Em 1980, ao ser questionada por estudantes que visitavam o Sesc sobre o papel da arquitetura, Lina respondeu: “Arquitetura, para mim, é ver um velhinho, ou uma criança com um prato cheio de comida atravessando elegantemente o espaço do nosso restaurante à procura de um lugar para se sentar, numa mesa coletiva. Fizemos aqui, uma experiência socialista.”
Referência: https://www.sescsp.org.br/online/artigo/13461_CONHECA+A+FABRICA+ANTIGA+QUE+FUNCIONAVA+ONDE+HOJE+E+O+SESC+POMPEIA