A Rua Theodoro Sampaio usa emprestado o nome de um grande pensador brasileiro. Natural da cidade de Santo Amaro da Purificação, na Bahia, Theodoro Fernandes Sampaio nasceu no dia 7 de janeiro de 1855 e faleceu no dia 11 de setembro de 1937, no Rio de Janeiro.
Apesar de sua origem extremamente humilde, Theodoro possuía múltiplas habilidades que foram empregadas em prol do desenvolvimento do Brasil.
Com 10 anos de idade, Theodoro foi para o Rio de Janeiro acompanhado de um padro, que diziam ser seu pai, e acabou estudando e um bom colégio carioca da época, o Colégio São Salvador. No ano de 1872, foi admitido na Escola Central, que acabaria se transformando na Escola Politécnica em 74. Ele se formaria em engenharia civil no ano de 1876.
Sampaio foi um engenheiro que conseguiu grande destaque entre outros de origem negra, como o caso de Antônio e André Rebouças. Esses três, aliás, pertenciam a uma seleta elite de profissionais da engenharia civil formados pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro.
Ele atuou em projetos estratégicos para o Império e estruturou o serviço regular de estudo do meio físico paulista, importante para dar o suporte técnico e científico à industrialização e urbanização de toda a cidade e do estado de São Paulo. Também foi o responsável por idealizar e implantar projetos de saneamento e abastecimento de água na Bahia.
Sampaio era um homem de muitas habilidades. Além de engenheiro era tupinólogo, cartógrafo, historiador, geógrafo, arquiteto, desenhista, etnógrafo e político.
O Primeiro Pensador Brasileiro
Pela época em que nasceu, Theodoro Sampaio integra uma grande geração de profissionais importantes do pensamento nacional e para a afirmação do Brasil no cenário econômico internacional.
Para entender sua importância, é preciso compreender que ele fazia parte da primeira geração de engenheiros nacionais que estavam substituindo os profissionais importados. Paralelo a isso, com a instituição da República, a absorção dos brasileiros com ensino superior foi ainda maior.
E, com isso, esses profissionais ajudaram na institucionalização da ciência, ou seja, ajudaram com que os conhecimentos científicos servisse de base para que o Estado pudesse ter bases seguras para instalar os serviços públicos de qualidade. Theodoro Sampaio era, portanto, um profissional raro, refinado e muito requisitado na época.
Ele trabalhou durante, praticamente, toda sua vida em instituições públicas. Foi um cientista e um técnico que tinha a capacidade de desempenhar funções variadas e complementares. Atuou como engenheiro civil, arquiteto e urbanista. Elaborou normas e legislações e ainda deu uma contribuição substancial à historiografia, à geografia e à cartografia nacional, ao mapear regiões “obscuras” e sem informações seguras.
O engenheiro esteve em debates importantes, como a discussão sobre a construção de ferrovias integradas à navegação do Rio São Francisco, obras destinadas a fazer frente às secas e ao isolamento sertanejo.
Além disso, após trabalhar 9 anos no sertão nordestino surgiu a obra O Rio São Francisco e a Chapada Diamantina, de 1905. Um registro detalhado da região, suas necessidades e um grande descritivo de um lugar pouco explorado pela população até então.
Na cidade de São Paulo, Theodoro Sampaio atuou no abastecimento de água, coleta de esgoto, transporte urbano, colônias agrícolas, estradas, serviços médicos e, principalmente, no saneamento urbano.
Anos depois, em 1904, ele retornou a Salvador e lá, trabalhou para ampliar e reformar o sistema de abastecimento de água e a rede de coleta de esgotos. Depois, dedicou-se a um projeto cultural e político de valorização da Bahia, que perdera o prestígio e o peso político que tivera no Império.
Como grandes curiosidades da vida desse grande brasileiro, ficam suas grandes contribuições para a cartografia nacional, com trabalhos realizados no Vale do Rio São Francisco e no Rio Paranapanema e de sua contribuição para o livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, de quem era grande amigo.
Para Gilberto Freyre e Capistrano de Abreu, Theodoro Sampaio foi a grande inspiração de Euclides da Cunha para escrever a obra. Dizem que ele, semanalmente, ia a casa de Sampaio para mostrar seus textos e pedir sugestões.
Sampaio não só forneceu seus apontamentos sobre as características geográficas e geológicas que levantara, mas principalmente um mapa, que serviu não só a Euclides, mas ao próprio Exército Brasileiro que precisava combater a famosa revolta que assolava a região de Canudos.
Em homenagem a seus grandes feitos, Theodoro Sampaio empresta seu nome a uma importante via da cidade de São Paulo do bairro de Pinheiros.
Boa tarde, voces precisam fazer uma correção no texto. O município de Santo Amaro na Bahia ainda existe, não mudou de nome para Teodoro Sampaio-BA. O município de Teodoro surgiu à partir de um distrito de Santo Amaro. Abraços.
Ajustado!
Obrigado!