O Bairro da Luz, no centro da cidade de São Paulo, é um dos mais antigos da cidade e, antigamente, era composto por fazendas de gados de propriedade de fazendeiros de Bragança, Sorocaba e Atibaia.
Com o passar dos anos, o local começou a se tornar um centro comercial e, em 1790, foi criado o Parque da Luz, que possuía, inicialmente, o objetivo de ser um Jardim Botânico. Após 35 anos, entretanto, após uma grande reforma, o local foi inaugurado como um Jardim Público da cidade, criado para proporcionar um espaço de lazer à população.
Esse pequeno histórico do Jardim da Luz é importante, pois, a partir de 1860, o local começou a ser “loteado” e várias construções importantes surgiram, como o colégio Prudente de Moraes e o Liceu de Artes e Ofícios, atual Pinacoteca do Estado. No ano de 1867 foi construída a primeira estrada de ferro, pela Companhia Inglesa The São Paulo Railway e, com isso, surgiu o primeiro e acanhado prédio da estação da Luz.
Como curiosidade histórica, vale dizer que o Barão de Mauá, importante mecenas da época, colocou diversos recursos financeiros para acelerar a conclusão das obras e facilitar o fluxo de café para fora do Brasil. Essa estrada de ferro, aliás, fazia exclusivamente o transporte de café entre as cidades de Jundiaí, São Paulo e Santos. A estação, por sua vez, era usada para o embarque e desembarque de cargas.
Surge, Enfim, Um Monumento
A atual estação da Luz foi construída entre os anos de 1895 e 1900 e foi projetada pelo arquiteto inglês Charles Henry Driver no chamado estilo neoclássico. Todo o material da sua construção foi importado da Escócia, França e Irlanda. O material de alvenaria, porém, é de origem brasileira.
Sua arquitetura foi inspirada em uma estação australiana, a Flinders Street Station, localizada na cidade de Melbourne. Curiosamente, o seu imponente relógio se tornou, desde o começo, uma referência para que os paulistas pudessem manter seus horários ajustados.
A inauguração oficial desse verdadeiro monumento aconteceu no dia 1° de março de 1901 e, desde então, tornou-se um dos símbolos da nossa cidade. Essa história mais que centenária quase acabou, de maneira trágica, no ano de 1946, graças a um incêndio criminoso, que durou mais de 7 horas e destruiu grande parte da estação, com exceção da ala oeste.
Até o ano de 1951 foram feitas obras de reconstrução por toda a área atingida pelo incêndio e, durante esse processo, o edifício sofreu uma leve reestruturação e ganhou mais um pavimento e uma plataforma central para o uso do trem metropolitano.
Devido à magnitude da obra e sua importância arquitetônica para a cidade de São Paulo, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat) tombou o edifício em 1982. Entre os anos 90 e 2000 a estação passou por um grande processo de restauração e reforma dirigido pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha e por seu filho, Pedro Mendes da Rocha.
Um dos objetivos desta reforma foi tornar possível a anexação do Museu da Língua Portuguesa, órgão cultural vinculado à Secretaria de Cultura do estado de São Paulo, fundado em 2006. A fachada mais importante, juntamente com as acomodações internas da estação e as partes laterais, foram entregues quando a cidade completou 450 anos de vida.
NÃO SEI O PORQUÊ QUE QUANDO VEJO FOTOS DO TEMPO EM QUE FOI CONSTRUÍDA A ESTAÇÃO DA LUZ, SINTO COMO SE FOSSE UMA SAUDADE DAQUELE TEMPO, MESMO CASARÕES ANTIGOS E FOTOS DA PAULISTA, SINTO MESMO SAUDADES, SÓ TENHO 68 ANOS.